© Ricardo Rangel
Ricardo Rangel (Maputo, 1924) é a referência máxima da fotografia moçambicana. Em 1996, chegou o seu reconhecimento internacional, quando foi incluído na mostra “Fotógrafos africanos de 1940 aos nossos dias” (Museu Guggenheim, Nova Iorque) e numa homenagem prestada pelos Encontros da Fotografia Africana (Bamako, Mali).
O seu percurso começou em 1941, como aprendiz do fotógrafo Otílio Vasconcelos. Lourenço Marques Guardian , Notícias, Notícias da Tarde , A Tribuna , Diário de Moçambique, Voz Africana e Notícias da Beira , foram jornais onde trabalhou. Fundou a revista “Tempo”, o Sindicato Nacional dos Jornalistas – SNJ e a Associação Moçambicana de Fotografia – AMF . Em 1983, foi nomeado para fundar e dirigir o Centro de Formação Fotográfica - CFF, onde continua a trabalhar como director.
Expôs em Moçambique, Mali, Itália, África do Sul, Portugal, Alemanha, Estados Unidos, Zimbabwe, Holanda, Suécia e França.
Sebastião Salgado disse, numa exposição em Paris, ter sido bastante marcado pelas fotos de Ricardo Rangel, quando as viu, em 1974, na sua primeira viagem a Moçambique.
Numa entrevista ao jornal “Público”, em Junho de 1991, Rangel afirmou que começou a tomar consciência da importância das suas fotografias pelo facto de a censura as cortar.
Licínio de Azevedo, cineasta brasileiro radicado em Moçambique, fez em 2006 um documentário de 52 minutos intitulado “Ricardo Rangel – ferro em brasa” em que Rangel nos conduz pela sua vida e obra, onde a cidade de Maputo, a boémia e o jazz tem um lugar especial.
A fotografia publicada neste “post”, faz parte do livro de Ricardo Rangel, “Pão Nosso de Cada Noite“, fotografias preto-e-branco na noite dos anos 60 e 70 do século passado, tiradas na então rua Major Araújo (hoje Bagamoyo), à época coração da boémia e prostituição da cidade ou como disse Alexandre Pomar “fotografias de uma outra guerra que se travava nas noites da Rua Araújo, ao longo dos anos 60 de Lourenço Marques”.
Sem comentários:
Enviar um comentário