Esta fotografia de José Manuel Navia, “é de uma mulher de La Alberca que percorre ao anoitecer as suas ruas, todos os dias do ano, rezando às almas do purgatório e fazendo soar uma campaínha. Esta instituição, como outras muitas manifestações um tanto exacerbadas de religiosidade popular, fazem-nos pensar imediatamente na presença de judeus, cripto-judeus e convertidos na zona. Ao fim e ao cabo, estas povoações isoladas e próximas de Portugal foram refúgio em épocas de perseguição e expulsões”.
Navia, nascido no ano de 1957 em Madrid, é licenciado em Filosofia e membro da agência VU desde 1992. É um dos fotógrafos convidados do SevilhaFoto 09, a decorrer na capital da Andaluzia.
Navia, levanta-se muito cedo para captar atmosferas intemporais e irreais, trabalha com câmaras pequenas, com lentes fixas entre 35 e 50 milímetros e nunca usa nem flash nem tripé.
"Interessa-me a fotografia que fala do mundo, não a que fala do seu autor", diz Navia, que já publicou entre outros, livros como Pisadas sonâmbulas, Lusofonías, Marrocos: fragmentos do quotidiano.
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