quinta-feira, 30 de maio de 2013

Morreu Mario de Biasi, um dos maiores vultos da fotografia italiana


Os italianos voltam-se, Milão 1954 © Mario de Biasi
 
No passado dia 27 de Maio, morreu Mario de Biasi (1923-2013), um dos maiores vultos da fotografia italiana.
 
Ferreira Fernandes, escreveu a propósito no Diário de Notícias, de ontem:"Mario De Biasi foi o grande repórter fotográfico do levantamento de Budapeste, em 1956, mas foi outra foto sua que me ficou estampada na memória. De Biasi é o autor da foto que teve o mesmo papel das alcachofras alla giudia, os contos de amores difíceis de Italo Calvino e as cores velhas de Roma - o de formar a minha ideia de Itália. Ele deu àquela foto um nome irónico: "Os italianos voltam-se" (1954). Com uma exceção, a do homem com o jornal dobrado no bolso, toda a multidão de homens não se volta (pelo menos, ainda): encara uma mulher. Todos, o da lambreta, os que sorriem e os que a medem, o operário gingão e o burguês engravatado, de barba cinzenta e cuidada, todos (mais de 20 capazes de serem reconhecidos) olham-na de frente, a ver chegar a Dama de Branco. Ela vai para eles. No centro da foto que lhe presta homenagem, ela, toda de branco, sapatos, malinha de mão e vestido que, justo, lhe vem da meia perna, subindo, coleante. As curvas, outra ironia, são também evocadas por uma tabuleta naquela praça: "Zucca". Em italiano quer dizer melancia. Não sabemos se os italianos se vão voltar; provavelmente, vão. E ela talvez goste do efeito que causa, há uma satisfação sugerida pela inclinação da nuca. De Biasi morreu esta semana, em tempos em que é raro o que aquela foto mostra. Caiu em desuso olhar assim e gostar de ser olhada assim (e por algumas boas razões). Mas uma coisa é certa: o objeto daqueles olhares é soberbo."
 
Esta foto  retrata a jovem actriz Moira Orfei e está exposta no museu Guggenheim de New York.
De Biasi recebeu em 2003, o título de Mestre da Fotografia Italiana, atribuído pela Federação Italiana de Fotografia. Em 2006, a cidade de Milão atribuiu-lhe o Ambrogino d`oro, o seu maior galardão.

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Bragança acolhe o Centro de Fotografia Georges Dussaud


Diz Angela Camila Castelo-Branco: “Conheço poucos olhares, tão profundos, tão completos, das nossas raízes, das nossas entranhas, como este de Georges Dussaud”.
O fotógrafo francês Georges Dussaud (n. Brou, Bretanha, 1934) visita Portugal desde 1980. Em 2007, expôs no Centro Português de Fotografia, 135 imagens sob o título “Crónicas Portuguesas”.

Dessas imagens, doou 105 à Camara Municipal de Bragança que serviram de suporte à criação do Centro de Fotografia Georges Dussaud, inaugurado no passado dia 25 de Abril.
"Que a Câmara de Bragança tenha decidido atribuir o meu nome a um centro de fotografia, e que tenha ainda decidido inaugurá-lo num dia de tão grande importância para o país deixa-me muito emocionado", disse o artista ao jornal Público.

O Centro de Fotografia está localizado na Rua Abílio Beça, n.º 75/77 e é constituído por quatro salas. Três albergam a colecção Crónicas Portuguesas e a quarta sala é aberta a exposições temporárias.

Pode ser visitado de segunda a sexta-feira, das 09h30 às 12h30 e das 14h00 às 17h30.
 
 Pode ver aqui um vídeo da inauguração.

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Annie Leibovitz, vence o Prémio Príncipe das Astúrias de Comunicação e Humanidades

Leibovitz na inauguração de uma exposição em Berlim © Michael Sohn (AP)

Nascida em Waterbury, Connecticut, em 2 de Outubro de 1949, a fotógrafa que disse: “Conformo-me em tirar cinco boas fotografias por ano” ganhou o Prémio Príncipe das Astúrias de Comunicação e Humanidades, em competição com a agência Magnum e a jornalista britânica Christiane Amanpour.
Trata-se de Annie Leibovitz, considerada a maior fotógrafa da actualidade. Fotografou os Rolling Stone, John Lennon, Demi Moore, Silverster Stalone, Michael Jackson, Bob Dylan, Bruce Springsteen Raínha Isabel II, Gorbachov, Sting, Miles Davies, Richard Nixon, Warhol, etc.
Recebeu um diploma, uma escultura de Juan Miró e 50.000 euros.


terça-feira, 14 de maio de 2013

"Pour une vie meilleure" de Gérald Bloncourt, para ver em Paris


Pour une vie meilleure” é uma exposição do haitiano Gérald Bloncourt com 50 fotografias a preto e branco, retratando a emigração dos portugueses para França na década de 60, do século XX.

Pode ser vista na Sala Marie Curie, da Cité de l'Histoire de l'Immigration (293 avenue Daumesnil Palais de la Porte Dorée – Paris 12e) até ao dia 31 de Julho. De terça a sexta-feira, das 10h00 às 17h30 e ao sábado e domingo, das 10h00 às 19h00.
 

segunda-feira, 13 de maio de 2013

"Um dia sem peixe" de João Fitas


Um dia sem peixe“ é uma exposição de João Fitas, com imagens da lota de Matosinhos.
Para ver até 31 de Maio, na sede do Núcleo de Antigos Pescadores de Matosinhos, sita na Rua D. João I, 62.

João Fitas, nasceu em Matosinhos em 1972 e reside em Vila do Conde.
Frequentou os cursos de Fotografia Digital e Fotografia de Arquitectura no Instituto Português de Fotografia, tendo ainda interesse em fotojornalismo e em fotografia documental. Participou em diversas exposições individuais e colectivas.

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Tadeu Vilani expõe na Figueira da Foz


O brasileiro Tadeu Vilani (Santo Ângelo/Rio Grande do Sul, 1965) é repórter fotográfico do jornal “Zero Hora”. 
A sua exposição “Diversidades” integrada nas comemorações do Ano do Brasil em Portugal, pode ser vista na Sala Afonso Cruz do Centro de Artes e Espectáculos da Figueira da Foz, até ao dia 29 de Maio.
Já foi vencedor do Prémio Conrado Wessel de Fotografia, do Prix Photo Web Aliança Francesa e do Prémio ARI de Jornalismo.
Aqui pode ver outros trabalhos de Tadeu Vilani.

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Eduardo Teixeira Pinto, no Museu Municipal de Esposende


A exposição "A criança sob o olhar de Eduardo Teixeira Pinto" leva-nos até aos anos 50,60 e 70 do século XX, às aldeias mais isoladas da serra do Marão com as suas crianças tantas vezes descalças e até mesmo esfomeadas, ou à burguesia da vila de Amarante e aos sonhos e esperanças dos seus dilectos filhos, retratando um Portugal rural comum ao Alto Minho e ao Minho litoral, revendo-se o concelho de Esposende dessa época, fortemente marcado pela presença das crianças, então entendidas como adultos em miniatura, crianças a quem se exigia no comportamento e no trabalho quase o mesmo que aos adultos, o que não escapa ao olhar consciente do fotógrafo, que encontra nestas crianças, manifestamente pobres e maltrapilhas, frente à câmara fotográfica o seu olhar ingénuamente feliz.

Eduardo Teixeira Pinto, nasceu em Amarante, em 1933 e faleceu em 2009. Iniciou a sua actividade como fotógrafo profissional em 1950, tornando-se fotógrafo expositor a partir de 1953 participando em vários concursos de especialista em salões de fotografia nos cinco continentes. Membro activo de diversas comunidades de fotógrafos, nomeadamente a "Associação Fotográfica do Porto", o "Grupo Câmara" (Coimbra) e a "Associação Fotográfica do Sul" (Évora), a sua vasta obra, dotada de um olhar poético sobre a realidade, fizeram de si um dos melhores e mais galardoados fotógrafos portugueses do século XX, com fotografias que abordam diversos temas, com destaque para a Natureza e a figura humana, que tão bem soube conciliar e que sua família, particularmente, tem vindo a promover através de exposições itenerantes, como a que agora se apresenta no Museu Municipal de Esposdende.

O Museu Municipal de Esposende apresentou em Junho de 2012 em itenerância a primeira parte de uma selecção com 38 fotografias deste notável autor.  O conjunto que agora se apresenta com 27 fotografias a preto e branco, é exclusivamente dedicado à Criança no olhar deste fotógrafo e encerra este ciclo fotográfico de autor.

A inauguração é hoje, dia 3 de Maio, pelas 17h30, com uma visita guiada e comentada pela filha do fotógrafo. 

A exposição poder ser vista até 27 de Maio, na Sala dos Azulejos, do Museu Municipal de Esposende, de terça a sexta-feira, das 14h00 às 17h30 e aos domingos , das 15h00 às 18h00. A entrada é gratuita.

(extracto do verso do Convite)