quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Arquivo da LUSA disponível

Quase dois milhões de fotografias dos principais acontecimentos da história de Portugal e do mundo desde 1948 obtidas pela Lusa e por várias agências associadas vão estar disponíveis a partir de quinta-feira no portal Sapo.

O arquivo de fotografias da Lusa "conta à sua maneira a história de Portugal e do mundo no último meio século: de uma forma um pouco dispersa e irregular nas décadas mais recuadas; com carácter sistemático e quase exaustivo nas últimas duas décadas, tanto em Portugal como no mundo lusófono", explicou o director de Informação da Lusa, Luís Miguel Viana.

"São - e isto é fundamental para compreender estes cerca de dois milhões de fotografias - trabalho de jornalistas, ou seja: são instantes verdadeiros, relâmpagos de realidade, momentos únicos. São tragédias, alegrias, momentos históricos convertidos em notícias. É isso que vai ficar à disposição das pessoas a partir de quinta-feira". acrescentou Viana.

Fonte : Lusa

Leilão na Christie`s

Roman Polanski e Sharon Tate
© David Bailey

188 lotes de fotografia vão ser leiloados pela Christie`s (Nova Iorque), no próximo dia 7 de Dezembro.

Ansel Adams, Edward Weston, Man Ray, Irving Penn e Henri Cartier-Bresson estão entre os fotógrafos com obras a serem leiloadas.

O lote 118 correspondente a uma fotografia onde Roman Polanski e a sua esposa Sharon Tate aparecem nus, também será leiloada pela Christie's. O preço da reprodução poderá alcançar 10.000 dólares, segundo os organizadores.
A fotografia foi obtida por David Bailey em 1969, pouco tempo antes de Sharon Tate e outras quatro pessoas serem brutalmente assasinados pelos seguidores de Charles Manson.

"É uma imagem importante", afirma Laura Paterson, vice-presidente da casa de leilões e especialista em fotografia. "Certamente é provocatória devido a quem aparece nela. Mas também é uma comovedora imagem de um casal feliz (...) e nela Bailey captura a permissividade da época".

Os lotes 31, 32 e 33 correspondem a três fotografias de Sebastião Salgado que estima a Christie's, podem ser comprados entre 4.000 e 6.000 dólares.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Arquivo da RAF

Caen, arrasada
© RCAHMS

Esta fotografia é do centro da cidade de Caen, na Normandia (França). A imagem mostra-nos o estado de destruição após a famosa Batalha de Caen, entre tropas aliadas - fundamentalmente, britânicos e canadianos- contra as tropas alemãs. A reconstrução da cidade durou até aos anos 60.

É uma das quatro mil fotografias obtidas pela Força Aérea Britânica (RAF), durante o século XX que estão pela primeira vez disponíveis na internet. São fotografias de prisioneiros de guerra realizando trabalhos forçados, bombardeamentos, da crise do Suez em 1956, que fazem parte de um espólio de mais de 10 milhões de imagens.

Podem ser vistas aqui.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Lisboa, Cidade Triste e Alegre


Em 1959, Victor Palla (1922-2006) e Costa Martins (1922-1996) aliaram toda a sua criatividade , a um grande esforço económico para dar forma de livro (distribuído por fascículos) ao trabalho fotográfico que desde 1956 desenvolviam juntos nos bairros históricos de Lisboa.

Escrevia António Sena na História da Imagem Fotográfica em Portugal, 1839-1997 (Porto Editora, 1998):
"A reacção do público foi, em geral, de repulsa e indiferença. A observação de que eram fotografias "escuras" ou "tremidas" e expostas ou publicadas "a metro", foi frequente. O livro foi um fracasso editorial. O esquecimento foi quase imediato. Para se ter uma ideia do desinteresse, em 1982, uma quantidade apreciável de fascículos que tinham sobrado do livro, consistindo em mais de metade da edição, estavam numa cozinha da Associação Portugal-Cuba e nem a Biblioteca Nacional nem as bibliotecas da Câmara Municipal de Lisboa ou da Gulbenkian possuíam qualquer exemplar".

Depois da primeira edição, o livro foi redescoberto , em 1982, quando António Sena o recuperou através da exposição Lisboa e Tejo e Tudo, na galeria Ether . Dos fascículos que estavam por encadernar , fizeram-se cerca de 200 cópias. Esta segunda vida dá-lhe alguma cotação internacional.

Agora, 50 anos após a primeira edição Lisboa, Cidade Triste e Alegre,o único álbum português referenciado na bíblia mundial dos livros de fotografia - The Photobook: A History (Phaidon, 2004) – como um dos melhores livros de fotografia da Europa do pós-Guerra, vai ser finalmente reeditado pela mão dos fotógrafos José Pedro Cortes e André Príncipe. O acontecimento terá lugar no próximo mês de Dezembro, com o apoio do Centro Português de Fotografia.

Encontrei aqui um exemplar à venda por 2.200 euros. Do descritivo consta: "Encadernação de origem faltando no entanto a sobrecapa. Este exemplar apresenta um pequeno corte transversal na parte inferior da primeira página. Bom estado de conservação da capa e das restantes páginas do livro. PRIMEIRA EDIÇÃO, "Dos muitos photobooks de cidades europeias, esta é um das melhores. Este é considerado o melhor livro de fotografias português de todos os tempos. As fotografias são intercaladas com poemas inéditos de escritores, como Alexandre O`Neill, Armindo Rodrigues, David Mourão-Ferreira, Eugénio de Andrade, Jorge de Sena e José Gomes Ferreira. Este livro é um magnífico hino visual a Lisboa. Exemplar MUITO RARO E VALIOSO".

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Quem fotografou Zapata ?

A análise minuciosa de um negativo permitiu determinar que uma imagem icónica da Revolução Mexicana em que aparece o revolucionário Emiliano Zapata Emiliano não foi captada pelo fotógrafo alemão Hugo Brehme (1882-1954).

Um comunicado, emitido pelo Instituto Nacional de Antropologia e História do México (INAH) Instituto Nacional de Antropologia e História do México (INAH) , informa que Mayra Mendoza, especialista na obra de Brehme, descobriu que no negativo se vê uma legenda que não tem qualquer relação com o estúdio fotográfico do alemão.

A famosa foto de Zapata, reproduzida, em inúmeros livros, revistas e camisolas, poderá - admite Mendoza - "ser obra de um fotógrafo norte-americano pouco conhecido, chamado F. Moray ou F. McKay".

No retrato, um dos mais famosos que dele se fizeram, Emiliano Zapata, herói da Revolução (1910-1917), aparece de corpo inteiro, com a espingarda na mão direita, o braço esquerdo apoiado no sabre e uma faixa a cobrir-lhe o peito, abaixo das cartucheiras.
A fotografia foi tirada no Hotel Moctezuma da cidade de Cuernavaca em 1911 e apareceu pela primeira vez impressa no diário El Imparcial, a 16 de Abril de 1913.

Mendoza, subdirectora da Fototeca Nacional do INAH, sustenta a sua tese no seguinte: descobriu que no negativo de impressão da imagem "é possível notar, sob a ponta do sabre [de Zapata], que a impressão esteve assinada em inglês com caligrafia manuscrita: Zapata, Photo and Copyright by F.M.".
Ora, segundo a perita, Brehme não costumava escrever anotações nas imagens, e todas as legendas nas margens foram por ele feitas com letra maiúscula de molde.
Acrescenta ainda que não há indicações de que o fotógrafo alemão usasse a língua inglesa nas suas impressões fotográficas. Privilegiou sempre o castelhano e, quando empregou outra língua, foi a alemã.
Outro argumento - assinalou a perita - é que "em nenhuma das colecções de Brehme no exterior é possível localizar o retrato de Zapata, muito menos assinado e selado por ele, como sucede invariávelmente com outras das suas peças".

Segundo a investigadora, o conhecido retrato foi atribuído a Hugo Brehme a partir de 1995 "sem qualquer referência histórica ou documental, por motivo da exposição 'México: uma nação persistente'".
"Nenhum testemunho fidedigno - vincou - indicava que assim fosse. Apesar disso, nasceu um mito sem fundamento que chegou até aos nossos dias", afirmou.
Na opinião da especialista, o erro deveu-se, talvez, ao facto de Brehme ter estado no quartel do chamado "Caudilho do Sul" e tirado várias fotografias célebres, como a dos irmãos Emiliano e Eufemio Zapata, com as suas respectivas mulheres.

Fonte: Expresso

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Olhares do Cinema

Ângela Molina
© Angelo Frontoni

A exposição “Olhares do Cinema”, pode ser visitada até ao dia 19 de Dezembro na Dormi2, (Gran Vía de las Corts Catalanes, 316 - Barcelona).

São 100 fotografias originais de Angelo Frontoni, o fotógrafo italiano que conseguiu que todas as grandes divas da época dourada do cinema europeu e americano posassem para ele.

Tudo começou em 1957 quando Frontoni retratou Gina Lollobrigida.

A partir daí a sua presença tornou-se habitual nos castings e rodagens que Federico Fellini, Luchino Visconti, Vittorio De Sica, Bolognini, Billy Wilder, Lattuada, Bertolucci e Truffaut realizaram para imortalizar os momentos mais gloriosos da sétima arte.

Frontoni não só foi um dos artistas visuais mais importantes da sua geração, mas também um fazedor de estrelas. As suas chaves abriram as portas do cinema para Cláudia Cardinale, Alain Delon e Olívia de Hussey.
A relação que Frontoni tinha com as grandes actrizes ultrapassava o âmbito profissional. Sofia Loren, Natalie Wood e Ursula Andress elegeram-no como amigo e confidente para partilhar e imortalizar os seus momentos mais íntimos e familiares.

Nos seus trinta anos de carreira, Frontoni conheceu personagens tão emblemáticos como Jean Cocteau, Marilyn Monroe, Arthur Miller, Charlie Chaplin e Edith Piaf, conventendo-se assim em testemunho privilegiado de momentos que passaram à história.

Pela mão de Enrique del Pozo e Anthony Toffoli, “Olhares do Cinema” chega a Barcelona na sua expressão mais vanguardista. Os organizadores quizeram levar o trabalho de Frontoni ao grande público e por isso elegeram um armazém de grandes dimensões e muito central como sala de exposições. Esta fusão de arte e comércio eé algo muito usual em cidades como Berlim ou Chicago.

Fonte: El País

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

O homem e as suas crenças

Missa, Portugal 1954
© Sabine Weiss

Se for a Santiago de Compostela não deixe de visitar o Museu das Peregrinações.

Até ao próximo dia 15 de Fevereiro, poderá apreciar a sensibilidade e a técnica de Sabine Weiss, a conhecida fotógrafa suiça nascida em 1924 na povoação de Saint-Gingolph e posteriormente naturalizada francesa.

É uma selecção de sessenta imagens a preto e branco que dão origem à exposição intitulada “O homem e as suas crenças”, que traduz um trabalho de várias décadas em várias partes do mundo e nos “fala” através da imagem, de religião, fé, expressão e comportamento humano perante a divindade.

Considerada uma das grandes fotógrafas humanistas, Weiss retrata "o momento transcendental do diálogo entre a pessoa e a divinidade".

Weiss, foi ajudante do fotógrafo de moda Willy Maywald nos seus começos trabalhando em estúdio, quando se dá conta da importância da luz natural como fonte de emoção.

O museu organizará actividades didácticas dirigidas principalmente ao público escolar, em que será abordado o significado da exposição. Disporá também de um serviço gratuito de visitas comentadas, para adultos.

José Cendón. "Medo nos Grandes Lagos"

© José Cendon

O fotógrafo galego José Cendón teve o seu trabalho premiado com o World Press Photo 2006.

"José Cendón. Medo nos Grandes Lagos", é uma exposição com 46 fotografias de Cendón obtidas em centros de tratamento mental na região africana dos Grandes Lagos. Uma série com a qual Cendón quiz "ferir o espectador" e agitar a sociedade que presta tão pouca atenção "ao lugar onde sucederam e sucedem as coisas mais terrivéis do planeta".
"Medo nos Grandes Lagos" leva-nos em viagem por hospitais e centros psiquiátricos do Ruanda, Uganda, Burundi e Congo para mostrar as difíceis circunstâncias em que é prestada assistência no terceiro mundo.

A exposição pode ser visitada na Galeria 8 do Instituto Valenciano de Arte Moderna (Espanha), de 19 de Novembro até ao próximo dia 3 de Janeiro.

Júlio de Matos expõe em Pequim

série Fading Hutongs, Pequim
© Júlio Matos

O fotógrafo Júlio de Matos, formado em arquitectura pela Escola Superior de Belas-Artes do Porto, inaugurou hoje em Pequim uma exposição intitulada "Journey" ("Viagem").
A mostra reúne 116 imagens efectuadas ao longo dos últimos cinco anos em Portugal e na capital chinesa.

Parte das fotografias expostas nesta "Viagem" testemunha a vida nos últimos "hutongs" de Pequim, os típicos becos da cidade cuja origem remonta ao domínio mongol (século XII) e que Júlio de Matos pretendeu "fixar para memória futura".

"Sinto-me bem em Pequim (...) Cresci aqui como fotógrafo", disse Júlio de Matos.

O fotógrafo recebeu em 1988, o Grande Prémio Kodak de Fotografia.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Robert Capa em 3 filmes

Robert Capa
© Alfred Eisenstaedt

Robert Capa (1913-1954), o mitíco fotógrafo da agência Magnum vai ser tema de três adaptações cinematográficas.

A Columbia Pictures anunciou que o americano Michele Mann , realizador de Public Enemies, será responsável por um filme que conta a história do famoso fotógrafo, com especial incidência no romance que manteve durante dois anos com a também fotógrafa Gerda Taro.
O estúdio adquiriu os direitos do romance "Esperando por Robert Capa", da espanhola Susana Fortes, e contratou Jez Butterworth para fazer a adaptação ao cinema.

Por outro lado, de acordo com o site The Hollywood Reporter a produtora Irish DreamTime, do actor Pierce Brosnan, está a desenvolver um projecto sobre o fotojornalista húngaro.
A produtora tem um contrato de avaliação com a MGM, porém ainda não está definida a participação do estúdio no projeto. A realização deve ser entregue a Paul McGuigan do filme "Push – O Outro Lado do Crime".

Por último o filme "Capa em Israel", será interpretado e realizado por Yvan Attal, com argumento de Yaron Seelig e produção de Jean-Luc Van Damme.
Retratará o envolvimento do fotógrafo na Guerra da Independência de Israel, em 1948. No argumento, Capa apaixona-se por Noa, uma jovem e bela aprendiz de fotografia.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

"En Pie de Foto", Cem Olhares Desde a Dor

Miguel Angel Blanco
© Larry Mangino

A exposição "En Pie de Foto - Cem Olhares Desde a Dor: O Terrorismo, Crime Contra a Humanidade", mostra olhares de fotógrafos de todo o mundo sobre a dor das vítimas do terrorismo espanholas ao longo de cerca de quarenta anos de barbárie.

Composta por trabalhos de 58 fotógrafos, na sua grande maioria espanhóis, esta mostra tem como ponto de partida a fotografia, sobre a qual escritores e intelectuais espanhóis e internacionais fazem uma reflexão através do tempo sobre imagens que descrevem o rugido do terrorismo, a solidão das vítimas e o significado do seu sofrimento a par da solidariedade e esperança de uma justiça ligada à verdade.
Participam neste conjunto de comentários às fotografias 37 escritores, 19 directores de jornais e 12 outros intelectuais e dirigentes políticos.

"En Pie de Foto" mostra diversas fotografias que poderiam englobar-se em vários temas, sempre em torno da realidade das vítimas, o ambiente em que vivem, a sua dor e justiça que reivindicam. A exposição "presta homenagem a todas as vítimas do terrorismo, a todos aqueles que foram injustamente assassinados, sequestrados, torturados e massacrados pela barbárie que tem vindo a afligir Espanha ao longo de dolorosos anos, na esperança de evitar o esquecimento e manter viva a memória", afirma o texto de apresentação da mostra.

Para a montagem desta exposição foi feito recurso aos arquivos fotográficos dos jornais espanhóis ABC, El Correo, El Diario Vasco, El Mundo, El País, La Verdad de Murcia, La Rioja, Diario de Navarra, Heraldo de Aragón, El Periódico de Aragón e Levante e ainda das agências noticiosas AFP (France Presse), AP (Associated Press), EFE, Reuters e Telepress.

A apresentação oficial desta exposição, que é um projecto da Fundação Miguel Ángel Blanco com o apoio da Fundação de Vítimas do Terrorismo, teve lugar em Paris, a 3 de Junho de 2004, no Instituto Cervantes, seguindo depois para Madrid. Esta exposição foi mostrada em 31 cidades espanholas, em Bruxelas, Estrasburgo, Londres e Roma
.
A exposição estará patente até 13 de Dezembro, no Centro Português de Fotografia (Porto).

terça-feira, 10 de novembro de 2009

O renascimento da Polaroird

-
Em Junho de 2008, a Polaroid deixou de fabricar a película para as suas míticas câmaras instantâneas ao fechar as suas fábricas no México e na Holanda.

A força da fotografia digital parecia empurrar definitivamente para o desaparecimento, as câmaras Polaroid.

O austríaco Florian Kaps pensou que muita gente gostava de continuar a aventura de fazer uma fotografia e a sua revelação de imediato.Por outras palavras, existia um nicho de mercado que queria algo mais que uma imagem para contemplar no seu computador: queriam fotografias que pudessem "tocar, sentir e olhar".

Nasceu assim The Impossible Project. Kaps e André Bosman, um engenheiro da Polaroid em Enschede (Holanda), pediram 1,7 milhões de euros a empresas de capital de risco, compraram todo o equipamento e alugaram o edificio por um período de 10 anos. "Estamos nós e muitas outras pessoas demasiado enamorados pela fotografia analógica instantânea para a deixar morrer só porque a Polaroid já não a considerava rentável", afirmou Kaps.

The Impossible Project não é só uma questão romântica: "Baseia-se no amor pela fotografia analógica instantânea, mas também, existe um plano de negócio por trás”. A sua missão é desenvolver uma nova película para as câmaras instantâneas, melhorada e modernizada.
Segundo Kaps, em Fevereiro de 2010 esperam ter a película em preto e branco para a Polaroid SX70 (o modelo mais vendido). A cor terá que esperar até ao Verão de 2010.

Estima-se que existam cerca de mil milhões de câmaras Polaroid em todo o mundo. O objetivo do projecto é produzir um milhão de películas em 2010. O

O fotógrafo Pasquale Caprile, assegura que a fotografia analógica instantânea tem um valor que nunca poderá ter o digital: "Vês no momento e em papel, o que é totalmente distinto de ver num écran. Cada foto é única, e isso não tem preço. Não existem dois polaroids iguais. Há uma volta atrás. Como na música: o som do vinil tem uma profundidade que põe os cabelos em pé. Sucede o mesmo com a fotografia".

Documentário sobre a AFAL

A revista Afal fundada em 1956 por José María Artero e Carlos Pérez Siquier, desempenhou um papel muito importante na renovação da fotografia espanhola.

Inicialmente era o boletim da Agrupación Fotográfica Almeriense, mas a partir do nº 4, passou à condição de revista que chegou a ser bilingue (espanhol e francês) e aos 2500 exemplares de tiragem.

A sua curta vida, entre 1956 e 1963, reflete a sorte de muitas das publicações de culto, cuja independência e valentia não são suficientes para escapar ás dificultades objectivas: os embates da competência comercial e a ausência de apoios oficiais.

Marcou uma ruptura, com uma nova maneira de olhar para a paisagem e a sociedade espanhola.

O documentário AFAL, una mirada libre (1956-1963), dirigido por Alberto Gómez Uriol e produzido por 29Letras, passou na secção competitiva do Festival de Cinema Europeu de Sevilha.
Durante 60 minutos o documentário narra, com testemunhos dos seus protagonistas, como esses jovens conseguiram mudar o rumo da fotografia espanhola. Testemunham Carlos Pérez Siquier, Oriol Maspons, Ramón Masats, Alberto Schommer, Joan Colom, Gonzalo Juanes, Josep María Albero, Pomés, Ángel De la Hoz e os já falecidos Ricard Terré, Joaquín Rubio Camín e o redactor gráfico do El País Francisco Ontañón. "Fizemos as primeiras entrevistas em 2007. Corríamos o risco de que algum desaparecesse e decidimos iniciar o documentário sem dispormos de financiamento total", explica Gómez Uriol.

Para Carlos Pérez Siquier, o documentário é uma obra "imprescindivel" para a compreenssão da história da fotografia espanhola dos anos 50 e 60 do século passado. "A AFAL foi um grupo catalizador da fotografia humanista e neo-realista que tem agora as suas obras expostas na nova colecção do Museu Rainha Sofia, realizada por Manuel Borja".

O documentário já conseguiu a Estrela de Prata na categoria de Criação Documental, do Concurso Internacional de Criação Contemporânea sobre a Memória da Andaluzia.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Adeus Humberto Rivas

Maria, 1979
© Humberto Rivas

O “fotógrafo do silêncio” faleceu no passado sábado em Barcelona, aos 72 anos.
O fotógrafo argentino Humberto Rivas nasceu em Buenos Aires, em 1937.
Em 1957, com 20 anos, comprou a sua primeira cámara fotográfica, uma Argus de 35 mm e óptica fixa. Dois anos depois realizou a sua primeira exposição fotográfica e tornou-se fotógrafo do Instituto Torcuato di Tella, de Buenos Aires, sendo as suas referências maiores Auguste Sander, Richard Avedon e Henri Cartier-Bresson.

Chegou a Barcelona em 1976, onde viveria até à sua morte.

A sua obra está presente em colecções como a da Fundação Cultural Televisa, do México; do Museu de Arte Contemporânea, em Mar del Plata (Argentina); do Museu de Arte; de Los Angeles; do Museu de Fotografia Contemporânea, de Chicago (Estados Unidos) e o Fundo de Arte da Fundação La Caixa, Barcelona.

Em 1993, expôs em Braga, nos Encontros da Imagem.

Foi galardoado com o Prémio Nacional de Fotografia em 1997. Rivas afirmou nessa altura que as suas fotografias procuravam refletir "a essência das coisas" e "o que o ser humano leva dentro".
Foi distinguido com a Medalha de Ouro ao Mérito Artístico do Ayuntamiento de Barcelona 2009. Faleceu dois dias antes de receber a distinção.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Faleceu o fotógrafo da alma humana

Série Semana Santa
© Ricard Terré

"Só pretendo mostrar o que existe de transcendente no ser humano, o seu espírito", dizia Ricard Terré, um dos grandes fotógrafos documentalistas espanhóis do século XX, que faleceu a 29 de Outubro em Vigo, onde vivia desde 1959.

Nascido no ano de 1928, em Sant Boi de Llobregat (Barcelona), Ricard Terré começou como pintor e caricaturista, mas em 1955 começou a fazer fotografia e ligou-se à Agrupación Fotográfica de Cataluña. Dois anos mais tarde integrou-se e chegou a ter um cargo directivo na Agrupación Fotográfica de Almería) , colaborando com Ramón Masats, Gabriel Cualladó e Xavier Miserachs.

As suas obras mais conhecidas foram realizadas entre 1955 e 1960. Seguiram-se 20 anos de paragem, até que em 1982, já reformado, reiniciou a actividade fotográfica e a sua obra começou a receber, com exposições e livros, o reconocimiento que merecia.

Negava-se a a datar as suas imagens porque considerava que o que era importante nelas era a maneira como refletiam o espírito humano. Dizia que "As reacções do homem frente aos grandes acontecimentos, como a morte, são as mesmas em qualquer lugar e em qualquer momento".

A sua fotografia caracterizava-se pelos enquadramente arriscados , os contrastes acentuados e a busca da proximidade com os modelos.

Portugal viu a obra deste fotógrafo em 1996, através da exposição "Ricardo Terré - Fotografias", integrada nos Encontros da Imagem de Braga. Em 2000, "Lugares de Evocaçâo" esteve patente no Museu da Imagem (Braga) e em 2004, o Centro Português de Fotografia (Porto) apresentou a exposição"Ricard Terré".

A sua obra encontra-se entre outras, nas colecções do Museu Arte Moderna (Espirito Santo ,Brasil) , Museu da Imagem (Braga, Portugal) e “Colecção Nacional de Fotografia" do Centro Português de Fotografía (Porto, Portugal).

Aqui podem ser vistas outras obras do fotógrafo.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

O melhor retratista de Harlem

Sun and Shade, 1952
© Roy DeCarava

Roy DeCarava, nasceu a 9 de Dezembro de 1919 em Harlem (Nova iorque) e morreu nessa mesma cidade a 27 de Outubro de 2009, Tinha 89 anos.

Chegou à fotografia após inícios prometedores na pintura. Graduado pelo Chelsea Vocational High School e pelo Harlem Art Center. Em 1955 abriu uma galería dedicada à fotografía. Coisa rara na época, pois a fotografia era mais vista como instrumento jornalístico, do que como arte criativa.

Os jornais titulam-no como o “retratista de Harlem”. Harlem aglutinava os mais importantes intelectuais negros dos Estados Unidos. Durante cerca de cinco décadas DeCavara capturou a vida do bairro mais famoso da América. Fotografou mendigos, operários, músicos, policías, crianças e cães.

Após a exposição que o MoMA realizou em 1996, as suas obras viajaram pela América e o seu talento foi reconhecido. Matt Schudel, no jornal Washington Post, afirma que “foi, juntamente com Gordon Parks, o fotógrafo afroamericano mais importante do século XX”.

Pode ver aqui outras fotos de DeCarava .