A revista Afal fundada em 1956 por José María Artero e Carlos Pérez Siquier, desempenhou um papel muito importante na renovação da fotografia espanhola.
Inicialmente era o boletim da Agrupación Fotográfica Almeriense, mas a partir do nº 4, passou à condição de revista que chegou a ser bilingue (espanhol e francês) e aos 2500 exemplares de tiragem.
A sua curta vida, entre 1956 e 1963, reflete a sorte de muitas das publicações de culto, cuja independência e valentia não são suficientes para escapar ás dificultades objectivas: os embates da competência comercial e a ausência de apoios oficiais.
Marcou uma ruptura, com uma nova maneira de olhar para a paisagem e a sociedade espanhola.
O documentário AFAL, una mirada libre (1956-1963), dirigido por Alberto Gómez Uriol e produzido por 29Letras, passou na secção competitiva do Festival de Cinema Europeu de Sevilha.
Durante 60 minutos o documentário narra, com testemunhos dos seus protagonistas, como esses jovens conseguiram mudar o rumo da fotografia espanhola. Testemunham Carlos Pérez Siquier, Oriol Maspons, Ramón Masats, Alberto Schommer, Joan Colom, Gonzalo Juanes, Josep María Albero, Pomés, Ángel De la Hoz e os já falecidos Ricard Terré, Joaquín Rubio Camín e o redactor gráfico do El País Francisco Ontañón. "Fizemos as primeiras entrevistas em 2007. Corríamos o risco de que algum desaparecesse e decidimos iniciar o documentário sem dispormos de financiamento total", explica Gómez Uriol.
Para Carlos Pérez Siquier, o documentário é uma obra "imprescindivel" para a compreenssão da história da fotografia espanhola dos anos 50 e 60 do século passado. "A AFAL foi um grupo catalizador da fotografia humanista e neo-realista que tem agora as suas obras expostas na nova colecção do Museu Rainha Sofia, realizada por Manuel Borja".
O documentário já conseguiu a Estrela de Prata na categoria de Criação Documental, do Concurso Internacional de Criação Contemporânea sobre a Memória da Andaluzia.
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