sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Saldarriaga ganhou o Prémio de Jornalismo Rei de Espanha

Inocência no meio da coca
© Manuel Salvador Saldarriaga

O colombiano Manuel Salvador Saldarriaga, ganhou o Prémio de Jornalismo Rei de Espanha na categoria de Fotografia, dotado com 6.000 euros e uma escultura de bronze do artista espanhol Joaquín Vaquero Turcios.

Saldarriaga dedicou o prémio à sua mãe, falecida recentemente , e aos seus companheiros do jornal El Colombiano, da cidade de Medellín.

A fotografia que obteve o galardão: Inocência no meio da coca, é parte de um trabalho que fez em Puerto Asís, no sul da Colômbia.

O júri da XXVII edição deste prémio, que é concedido anualmente pela Agência Efe e pela Agência Española de Cooperación Internacional para el Desarrollo (AECID), considerou que na imagem o menino «cobre o seu rosto com folhas de coca, mostrando e ocultando ao mesmo tempo as duass caras da realidade das zonas que sofrem com o narcotráfico, em contraste con as normas da imprensa do primeiro mundo, que obrigam a pixelar os rostos dos menores».

A imagem premiada foi publicada no diário El Colombiano de Medellín a 12 de Abril do ano passado.

O fotógrafo que já trabalhou para o El Mundo de Medellín, El Tiempo de Bogotá e El Colombiano, recebeu em 1991 o seu primeiro prémio, uma Menção de Honra no Primeiro Salão Colombiano de Reportagem Gráfica e em 2004 obteve o Prémio Nacional de Fotografia Simón Bolívar, o mais prestigiado da Colômbia.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Gregorio Mallo

Looking in the Jungle
© Gregorio Mallo

Gregorio Mallo, tem 36 anos, nasceu e vive em Vigo. Profissionalmente é técnico de iluminação, mas a sua grande paixão é a fotografia. Antes dos 20 anos já fotografava e os seus primeiros passos foram marcados pela aprendizagem que fez na Agrupación Fotográfica Gallega.

É hoje o fotógrafo galego mais laureado: primeiro prémio e medalha de prata da Federação Internacional da Arte Fotográfica (FIAP) na V Bienal Internacional Agfoval; medalha de ouro no Trierenberg Super Circuit 2009 (Austria); menção honrosa da Photographic Society of America (PSA) e na 45ª International Exhibition of Photography (Califórnia); primeiro prémio do concurso anual da revista SuperFoto em 2008 e segundo em 2009 e menção honrosa na 1.ª International Bienal Digital Ripollet Image 2009.

Gregorio Mallo pratica fotografia de estúdio mas também já percorreu meio mundo para realizar reportagens no Japão, Papúa, India, Estados Unidos, Cuba e Quénia, entre outros.
Apesar do seu êxito, o autor não vive da fotografia.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Legado da fotografia operária

capa da revista Der Arbeiter Fotograf
nº 8, August 1931
.
Em Março de 1926 a revista Arbeiter Illustrierte Zeitung (Jornal Ilustrado dos Trabalhadores]) publicou uma convocatória para os seus leitores - a classe operária mobilizada - para que se convertesse num fornecedor de imagens da vida quotidiana proletária, das condições objectivas do trabalho industrial e das organizações e actividade política dos trabalhadores

Esta convocatória constitui o arranque de todo um movimento fotográfico que se expande pelo centro e norte de Europa e chega à América do Norte.

Diferentes núcleos de documentalismo e fotografia social vinculados aos movimentos comunistas nascem no final dos anos 20 do século passado, na Hungría, Austria, Checoslováquia, Polónia, Holanda, Inglaterra, França, Estados Unidos e México.
Esses núcleos promovem em cidades como Praga, Bratislava, Budapest, Zurique e Amsterdão, exposições e publicações de fotografía social e operária entre 1932 e 1936.
Um número significativo de fotógrafos participantes no movimento são obrigados a sucessivas migrações ou a exílios políticos em virtude da expansão dos regimes fascistas na Europa Central, sobretudo a partir de 1933. A própria revista AIZ muda-se nesse ano para Praga e pouco depois para París, até que deixa de ser publicada em e 1938.

A principal missão do movimento era a representação da crise económica e dos seus efeitos sociais, particularmente entre as classes desfavorecidas. A pobreza, a exploração e o desespero eram algumas das condições estruturais da vida proletária que deviam ser mostradas.
Nesse sentido, o crítico alemão Edwin Hoernle definia um olho proletário específico, antagónico ao humanismo burguês, em que a compaixão é a expressão de superioridade de classe. Hoernle escrevia: “Devemos proclamar a realidade proletária em toda a sua repugnante fealdade, com a sua denúncia à sociedade (…) Devemos apresentar as coisas como são, com uma luz dura, sem compaixão”.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Mozambique te mira

© Samuel Sanchez

Mozambique te mira” é o título da exposição organizada pela Asociación Medicusmundi Madrid e que reúne 26 fotografias 30x40 realizadas por Samuel Sanchez (Madrid, 1976).

A exposição mostra um conjunto de fotografias que reflectem a realidade social de Moçambique, um dos países mais pobres do mundo, com cerca de 19 milhões de habitantes, onde 50 por cento da população tem menos de 15 anos, 78 por cento vive com menos de 2 euros por dia e conta sómente com 2 médicos por cada 100.000 habitantes.

Samuel Sanchez iniciou-se em fotografia na Universidade Complutense de Madrid, durante a sua licenciatura em Jornalismo. Trabalhou no jornal "La Voz de Asturias" e na agência Europa Press.

A exposição está patente no Aeroporto de Madrid-Barajas, até ao dia 31 de Janeiro.

Pode ver aqui as 26 imagens.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Marín exposto em Pontevedra

Carmen Peche
© Marín

É inaugurada hoje, pelas 20:30 horas, no Museu de Pontevedra a exposição “MARÍN. Fotografias 1908 -1940” com 150 obras de Luís Ramón Marín (Madrid, 1884-1944), um dos primeiros repórteres fotográficos espanhóis.

As cento e cinquenta imagens seleccionadas de Marín – era assim que assinava - pertencem a um arquivo composto por cerca de 18.000 negativos, na sua maioria de cristal, que sobreviveu.

A exposição percorre toda a obra deste fotógrafo madrileno, contemporâneo de outros grandes mestres da fotografia do início do século XX, como Alfonso, Ramón Claret, Gaspar ou Contreras.

Pode ser visitada até 21 de Fevereiro.

Vencedor do Prémio Veolia 2009 foi desclassificado

© José Luis Rodríguez

O Museu de História Natural de Londres e a revista de natureza da BBC, promotoras do prestigiado Prémio Veolia de Fotografia de Natureza de 2009, num comunicado emitido ontem informam que: "Entristece-nos confirmar que depois de uma investigação cuidadosa e exaustiva da imagem (...), desclassificamos a fotografia vencedora do fotógrafo José Luis Rodríguez".

As primeiras dúvidas sobre a fotografia de José Luis Rodríguez surgiram quando alguns especialistas sobre a vida dos lobos afirmaram que, perante uma cerca, o normal é que um animal selvagem tente passar entre os barrotes e não saltar. A revista finlandesa “Suomen Luonto” num artigo datado de 17 de Dezembro já alertava da possibilidade de se tratar de um animal de cativeiro.

As regras do concurso traduzidas em diversos idiomas são claras quando estabelecem que "as fotografias de animais utilizados como modelos não podem participar na competição".

Segundo a cadeia de televisão Sky News, o animal em questão vive num jardim zoológico nas proximidades de Madrid.

Rodríguez terá que devolver o prémio de 11.500 euros e a sua fotografia será retirada da exposição patente no Museu de História Natural.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Martin Luther King Jr. fotografado por Benedict Fernandez

Martin Luther King Jr
© Benedict J. Fernández

O Dr. Martin Luther King Jr, nasceu a 15 de Janeiro de 1929 na cidade de Atlanta e foi assassinado a 4 de Abril de 1968 em Memphis. Se fosse vivo teria hoje 81 anos.
As raízes do fotógrafo americano Benedict J. Fernández (Nova Iorque, 1936), filho de pai porto-riquenho e mãe americana, estão em Espanha e Itália.

Durante o último ano de vida de Luther King, Fernández trabalhou com ele, fazendo fotografias, com o objectivo de ser produzido um livro.
"Estávamos trabalhando no livro, e havíamos combinado que no dia 6 de abril continuaríamos essa tarefa" lembra o fotógrafo. King iria viajar para Nova Jersey, onde celebraria o seu aniversário no dia 5.Mas não houve festa. King seria atingido no dia 4 em Memphis, Tennessee. "A fotografia seguinte que lhe fiz já foi com ele no caixão, no dia 6."

Em 1989 e em colaboração com a família King, Fernández realizou uma exposição “Countdown to Eternity “ com 80 fotografias.
Em 1993, as fotografias de Benedict tomaram a forma do livro sonhado por King, com o mesmo título que a exposição.
Para além do livro sobre King, publicou ainda “IN OPPOSITION: Images of American Dissent in the Sixties” em 1968 e “Protest” em1996.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

"Silêncios", uma exposição de Gageiro

Vilar Formoso,1970
© Eduardo Gageiro

Trinta fotografias de Eduardo Gageiro captadas nos últimos 50 anos foram reunidas na exposição “Silêncios” que é hoje inaugurada na livraria Círculo das Letras ( Rua Augusto Gil, 15B – Lisboa).

As imagens foram publicadas em 2008 no livro com o mesmo título, com duas centenas de fotografias, acompanhadas por textos da escritora Lídia Jorge e editados pela Mãe d’Água.
Na inauguração, às 19h00, além do autor, vai estar presente Maria Antónia Palla para falar sobre a obra de Gageiro, uma das grandes referências do fotojornalismo em Portugal, galardoado com mais de trezentos prémios.

Gageiro trabalhou como fotojornalista, entre outros, no “Diário de Notícias”, “O Século Ilustrado” e revista “Sábado”.

A exposição pode ser vista até 6 de Fevereiro.

"Dois cigarros" de Alberto Monteiro

A exposição “Dois cigarros" de Alberto Monteiro, “são memórias da cumplicidade que perdura para além da noite. É a manhã em forma de luz a pairar no corpo nu.”

Pode ser vista no Espaço_ALT (Rua de Santa Catarina, 777 – 1º - Porto), de 2ª a sábado, das 10:00 às 19:00 horas, até ao dia 27 de Fevereiro.
Alberto Monteiro, “fotógrafo de fim-de-semana e de férias” como gosta de se definir, nasceu no Porto, em 1960.
Nos anos 70 iniciou a sua actividade no núcleo de fotografia do liceu. Parou a sua actividade fotográfica poucou depois. Volvidos vinte anos, a fotografia voltou a fazer parte da sua vida.
Nos anos de 2001 e 2002, fotografava todos os dias, sendo esta a sua época mais frenética de criação .
Fez algumas exposições individuais e entrou em várias exposições colectivas em Portugal.Em 2002 criou a comunidade online de fotógrafos fotoalternativa.net onde cada um partilha os seus trabalhos fotográficos com total liberdade.
Com base nesta comunidade, fotográfica lançou, em 2009, a ALT - Associação de Criadores de Fotografia, para ser base jurídica a dois espaços de fotografia criados em Portugal: Alt Fabrik, em Lisboa, e espaço_Alt, no Porto, onde são lançadas actividades relacionadas com a fotografia.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

"Maracutaia", de Caio Reisewitz

© Caio Reisewitz

Maracutaia” é a exposição do fotógrafo brasileiro Caio Reisewitz (São Paulo, 1967) patente até o dia 17 de janeiro de 2010, na Galiza.

São 54 fotografias de grande formato expostas de maneira simultânea, 44 obras em Vigo (Fundação Pedro Barrié de la Maza e 10 em Pontevedra (Fundação Rosón Arte Contemporánea).

O título exposição provém de uma palavra que significa engano, trama ou manobra com uma finalidade concreta. Para David Barro, comissário da exposição, “a escolha dessa palavra como título poderia levar-nos a outro engano, já que a sua fotografia de paisagens, objectiva e descritiva, não busca representar, senão apresentar o representado como uma reflexiva afirmação; daí a sua nitidez e frontalidade, mas sobretudo o seu provocado estatismo, uma vez que para Caio Reisewitz não existe nenhuma necessidade de criar movimento

Considerado uma das figuras mais significativas da fotografia contemporânea brasileira, Caio Reisewitz, representou o seu país na Bienal de Veneza em 2008 e participou na PhotoEspaña, em 2006.
Hoje pelas 19:00 horas, no Centro Cultural Banco do Brasil (Rio de Janeiro) é inaugurada uma outra exposição deste fotógrafo com o título “Parece Verdade”, que ficará aberta ao público até 3 de Março de 2010.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

"Sexpressions"

© Pedro Palma

Um conjunto de fotografias da cientista e escritora Clara Pinto Correia em êxtase sexual estará exposto até 7 de Fevereiro, no Centro Cultural de Cascais.
As imagens da exposição, intitulada "Sexpressions", são de Pedro Palma, marido da retratada.

Trata-se, de "Uma viagem ao mundo do Amor e do Sexo com Imagens e Palavras. São 10 fotografias ( 1m x 1,5m ) e outros tantos textos no mesmo formato", explica Pedro Palma.

Pode ver aqui o catálogo da exposição.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Morreu Manuel Falces

© Manuel Falces

O fotógrafo espanhol Manuel Falces López (Almería, 1952-2010), faleceu ontem com 57 anos, após doença prolongada.

Foi o criador do Centro Andaluz de Fotografía (CAF) e seu director entre 1992 e 2006.
Licenciado em Direito pela Universidade de Granada, Manuel Falces dedicou a maior parte da sua vida à fotografia. Foi professor de Técnica e Estética de Fotografia na Universidade Complutense de Madrid. Entre 1990 e 1992, dirigiu o Projecto Imagina, que deu origem ao actual CAF.
Fotografias suas foram incluídas no projecto "Quatro Direcções" (Museu Nacional Centro de Arte Rainha Sofía, 1991) e nas colectivas “Les deux éveils de l´Espagne” (C.N.R.S.,1992) e “Fotografia espanhola, um passeio pelos 90”, mostrada pelo Instituto Cervantes, durante 1996, em Lisboa, Londres, Milão, Atenas e Berlim, entre outras cidades.
O Museu Internacional da Fotografia de Rochester (NY), o Museu Espanhol de Arte Contemporânea e o Museu Nacional Centro de Arte Rainha Sofía contam nas suas colecções com obras suas.
Com textos de José Ángel Valente, publicou os livros de fotografia “La memoria de la luz” (1992), “Las ínsulas extrañas” (1993) e José Ángel Valente: “Para siempre la sombra” (Fundación Telefónica, 2001). Obras suas fazem parte também de “Contrapunto mediterráneo” e “El tránsito” (1970-1990), editados em 1990. Publicou ainda o ensaio “Temperamentos fotográficos” (Lanzarote, 2002).

Manuel Falces recebeu alguns reconhecimentos como a medalha de prata da Junta da Andaluzia e o Escudo de Ouro de Almería.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Português vence concurso de fotografia "Noites de Galileu"

© Luís Santo

Luís Santo, 34 anos, engenheiro electrotécnico e astrónomo amador, venceu o concurso internacional de fotografia “Noites de Galileu”.

O concurso, integrado no Ano Internacional da Astronomia, pretendeu celebrar as primeiras observações do céu com telescópio feitas por Galileu há 400 anos e o seu objectivo era observar os mesmos objectos que o pai da astronomia moderna, mas agora com os olhos e a técnica do século XXI.

O fotógrafo concentrou-se na nebulosa de Orion, conhecida por ser uma zona próspera na criação de estrelas, ou seja, uma espécie de berço de estrelas (zona avermelhada na parte inferior da imagem).
A fotografia foi captada na Atalaia, Montijo, em final de Outubro de 2009 que, segundo Luís Santo, “apesar de não ser uma zona perfeita em termos de poluição luminosa, consegue oferecer as condições necessárias para a observação e atrai muitos astrónomos amadores da região de Lisboa nas noites de céu limpo”.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

"2078", de Daniel Camacho

© Daniel Camacho

O fotógrafo profissional Daniel Camacho expõe “2078”, na Galeria do Clube Literário do Porto, até ao dia 17 de Janeiro.

O tempo futuro de uma data distante. O mundo muda, mudo, silencioso. O ser altera-se. A diversificação perde-se no tempo, tornamo-nos andróides, máquinas, autómatos sem qualquer espécie de alma. Apenas um corpo reage através das formas, das luzes, das cores. A expressão, inalterável, o ser humano, distante…como a data de um destino inventado.”