sexta-feira, 29 de maio de 2009

PhotoEspaña 2009, em Lisboa

Rapa de bestas, Pontevedra 2005
©Cristóbal Hara

A extensão de Lisboa da PhotoEspaña (Museu Colecção Berardo) inaugura hoje duas exposições dedicadas a Cristóbal Hara e Mabel Palacín. Poderão contemplar-se até ao próximo dia 26 de Julho e foram comissariadas por Sérgio Mah, que é também comissário geral da PHE.
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A primeira exposição inclui uma centena de instantâneos de Hara (Madrid, 1946) que dedicou a sua trajectória artística a retratar, com propósito documentalista mas do ponto de vista da emotividade, a rotina das povoações espanholas. Entre as séries que apresentará em Lisboa, figuram Lances de aldea (1992), Contra Natura (2006) e Dénia, com os restos dos manequins queimados durante Las Fallas de Valencia.

Diz Alexandre Pomar: “É sempre mais a excepção, a desordem, a festa, o espectáculo, do que "o quotidiano". As touradas das pequenas aldeias, as festividades e rituais mais localizados, o grotesco e o paródico que irrompe como uma verdade oculta ou incontrolada, rebelde. O invulgar, o bizarro, por vezes o brutal ou o sacrílego, a necessidade da estranheza a interromper o banal quotidiano.”
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Da sua parte, Mabel Palacín (Barcelona, 1965), mostrará fotografias nas quais reflecte sobre a incidência na nossa vida quotidiana, do moderno império da imagem e os perigos da possível ruptura das fronteiras entre ficção e realidade.
Na série Portas Espanholas, três obras com os mesmos fotogramas, ampliados e sobrepostos, criam várias sequências possíveis.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

José Melim, vencedor nacional do EISA 2009

O movimento das águas
© José Melim

Foi conhecido o vencedor da fase nacional do EISA Maestro Photo Contest 2009-2010, cujo tema “A água” tinha que ser ilustrado com um conjunto de 6 a 10 imagens.

José Melim , de Vila Nova de Gaia, foi o fotógrafo seleccionado para a fase internacional do concurso, com um conjunto de imagens que nos mostram a dictomia entre a escassez e a abundância da água.

As 16 revistas que compõem o Pianel de Fotografia da EISA, vão agora eleger os três melhores conjuntos entre os vencedores em cada país.
O vencedor do EISA Maestro Photo Contest 2009-2010 é contemplado com uma viagem para duas pessoas à IFA 2009, que decorre em Berlim no mês de Setembro, uma “câmara profissional europeia 2009-2010”e o troféu EISA Maestro 2009-2010.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Uma efeméride

© Joseph James Forrester

Cumprem-se hoje, dia 27 de Maio, 200 anos sobre o nascimento de Joseph James Forrester (1809-1861), Barão de Forrester, título que lhe foi concedido em 1855 por D. Fernando II, na condição de regente durante a menoridade de D.Pedro V, devido aos excelentes trabalhos de cartografia sobre o Douro.

Foi uma das grandes personagens do século XIX português. Foi pintor, fotógrafo, agrónomo, empresário, poemista e ensaísta. Chegou ao Porto com 22 anos, para trabalhar na firma Offley, Forrester & Webber, exportadora de vinho do Porto e pertencente a um tio. Aprendeu a falar e a escrever em português, o que contrariava os cânones da colónia britânica na cidade.

Por volta de 1850, aprende a arte fotográfica e torna-se exímio a retratar pessoas, lugares e costumes regionais. Foi membro de associações como o Photographic Exchange Club e o Photographic Society Club.

Foi um dos percursores da fotografia, em Portugal.

"Carla Bruni na cama", de Pamela Hanson

Carla Bruni na cama, 1994
© Pamela Hanson

Uma magnífica imagem obtida em 1993 pelo prestigioso fotógrafo Michel Comte, mostrava-nos Carla Bruni completamente nua, e ao ser leiloada em Abril de 2008,em Nova Iorque, obteve um valor de 68.000 euros.

Agora, um nú da actual primeira dama da França fotografado em 1994 pela célebre Pamela Hanson, e com o título “Carla Bruni na cama”, será leiloado no dia 4 de Junho, em Berlim.
É uma obra assinada, datada, titulada e numerada, com o tamanho 38.9 x 58.1 cm, cujo preço de licitação inicial vai ser de 2500 a 3500 euros, mas que se pensa que poderá atingir valores escandalosos.

terça-feira, 26 de maio de 2009

Weegee, o cronista da noite

Summer. The Lower East Side, 1937
© Weegee

Arthur Fellig (1899 – 1968) nasceu em Zloczew (Áustria), território que hoje faz parte da Ucrânia. Chegou a Nova Iorque com 11 anos e começou a trabalhar em fotografia em 1923, no laboratório da Acme Newspictures, a agência que fornecia imagens aos jornais Daily News, World Telegram e Herald Tribune. Permaneceu ali 12 anos até iniciar a sua carreira como fotojornalista independente. É a partir daí que adopta o pseudónimo de Weegee.

Vivia de noite, tendo por casa o automóvel. Era lá que fazia quase toda a sua vida, inclusivamente dormir. No rádio, sintonizava as comunicações da polícia e quando ouvia relatos de algum desastre ou crime metia-se logo a caminho para o local. Era quase sempre era o primeiro a chegar e, por isso, a suas fotografias tornaram-se únicas e de forte impacto com enquadramentos e composições espontâneas que mostravam uma habilidade fora do comum para mostrar os momentos mais dramáticos. A sua companhia inseparável era uma Speed Graphic, a câmara mais famosa entre os fotojornalistas americanos.

Em 1946, publicou o livro “Naked City”.

O trabalho deste fotojornalista, foi doado ao Centro Internacional de Fotografia de Nova Iorque pela sua companheira Wilma Wilcox, foi objecto de coleccção tanto por museus como por coleccionistas particulares e motivo de inspiração para artistas como Diane Arbus, Andy Warhol ou Stanley Kubrick.

"Weegee, the famous", é o título da exposição que se pode apreciar no Centro Andaluz da Fotografia (Almeria). 72 fotografias a preto e branco, que nos mostram auto-retratos, fotografias de rua, incêndios, acidentes de automóvel, etc.

Até ao dia 19 de Julho, no Centro Andaluz da Fotografia (Almeria).

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Augusto Cabrita, um revelador...

© Augusto Cabrita

Augusto Cabrita (Barreiro, 1923 – Lisboa, 1993), fez na cidade que o viu nascer os seus estudos primários e secundários, e foi também aí que se iniciou em desportos como o remo e a natação (Clube Naval).

A fotografia despertou-lhe o interesse aos 13 anos. Era um autodidacta.No final dos anos 40, do século XX marcou presença em exposições e concursos nacionais e internacionais de fotografia, onde ganhou várias distinções como o Prémio Rizzoli (fotografia publicitária), Itália. Em 1956, inaugurou na Rua Dr. Eusébio Leão (Barreiro) um estúdio de fotografia.

Foi delegado da Associação Internacional dos Repórteres Fotográficos e Cinematográficos, membro de júris nacionais e internacionais, fotojornalista do jornal O Século e das revistas Eva, Flama, Século Ilustrado e em revistas da especialidade um pouco por todo o mundo.

Dele disse o maestro António Vitorino de Almeida: “...Através da visão do Augusto Cabrita, nós começamos a compreender que, afinal, a maioria dos artistas não vai para além, mas, muito pelo contrário, fica bastante aquém da realidade - e por isso eu não hesito em considerar esse espantoso fotógrafo, que tive a dita de contar entre os meus melhores amigos, um revelador das verdades esquecidas, ignoradas e nem mesmo sonhadas.
A sua verdade transporta-nos para além dos sonhos.

Worth exposing Hollywood

James Dean on Phone
© Frank Worth

Um conjunto de imagens "não oficiais" de estrelas de Hollywood realizadas por Frank Worth, fotógrafo oficial dos principais estúdios da Meca do cinema entre as décadas de 40 e 60 do século XX, serão expostas pela primeira vez em Espanha, no âmbito do 3º Festival Internacional de Cinema de Ibiza.

Sem nenhum tipo de pose podemos ver Marilyn Monroe, os irmãos Marx, Dennis Hopper, Marlon Brando, Bob Hope, Rock Hudson, Billy Wilder e James Dean, entre outros.

Worth exposing Hollywood” assim se chama a exposição, pode ser vista no Palácio dos Congressos de Ibiza, a partir de 27 de Maio.

domingo, 24 de maio de 2009

Gerardo Sanz, expõe em San Sebastián

© Gerardo Sanz

Gerardo Sanz (Valladolid, 1960) durante oito anos viajou pela Europa captando imagens de espectáculos de rua realizados em diversos países e que foram editadas no livro “Instantâneos do efémero” (2004).

A sua última publicação é “No cenário do tempo” (2008), uma recolha de fotografias tomadas em representações oferecidas em teatros de várias cidades espanholas.

Este livro deu origem a uma exposição com o mesmo título. São 33 imagens em que figuram obras como Manuscrito 408 , La tempestad , J'Arrive e Réquiem 21K 626.

No centro cultural Okendo de San Sebastián, até 11 de Julho.

Pode ver aqui o site de Gerardo Sanz.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Adriana Calcanhoto, vista por Rita Carmo

Adriana Calcanhoto, Lisboa 2008
© Rita Carmo

Rita Carmo (n.1970, Leiria) é licenciada em Design de Comunicação pela ESBAL. Fotógrafa residente do jornal Blitz desde 1992. Tem fotografias editadas no Expresso, Visão, Ler, DIF…; no estrangeiro: Melody Maker e Daily Mail (Reino Unido), Rockin’On e Snoozer Mag (Japão), Bizz (Brasil).

Em Dezembro de 2003 edita pela Assírio & Alvim o álbum fotográfico “altas-luzes”, onde reúne cerca de 200 imagens que retratam momentos únicos da história das actuações ao vivo em Portugal e de sessões fotográficas com artistas. Desta edição resultou uma exposição que já esteve patente em Lisboa, Porto, Gaia, Leiria, Bragança, Fundão, Aveiro, Évora, Moita, Azambuja, Santarém, Palmela, Castelo Branco, Coimbra, Tomar, Sintra, Cáceres (Espanha), Espinho, Vagos e Almada.

Em Junho de 2005, a convite da Alcatel Portugal e da Numero, expõe no 4ºFestival Portugais no Fnac Forum Les Halles, em Paris.

Em 2008, no âmbito do Congresso Feminista 2008, expõe na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.

Fonte: (http://ritacarmo.blogspot.com/)

Enrique Meneses ganha o Prémio de Jornalismo Miguel Gil de Moreno

© Enrique Meneses

Enrique Meneses (Madrid, 21 de Outubro de 1929) reportér, fotojornalista, escritor, editor e aventureiro ganhou o VIII Prémio de Jornalismo Miguel Gil de Moreno.

A Fundação Miguel Gil de Moreno (criada em 2002, depois que uma emboscada de guerrilheiros acabou com a vida do fotógrafo) e a editora Random House Mondadori (que editou o livro “Os olhos da guerra”, escrito pelo companheiros de Gil), organizadoras do prémio, tiveram em consideração “"o seu trabalho, pelo bom exercício da profissão de jornalista, entendendo-se esta como um serviço à sociedade, por ser uma referência para as novas gerações de jornalistas, além de dedicar toda a sua vida ao jornalismo".

Os jornalistas especialistas en conflitos internacionais e membros do júri do prémio foram Javier Bauluz, Enric Martí, Arturo Pérez Reverte, Fernando González Urbaneja, Bru Rovira, Santiago Lyon, Fernando Quintela e Ramón Lobo.

Enrique Meneses, em 1958 viaja para Cuba, e é o primeiro reportér que convive - durante quatro meses - com os revolucionários cubanos na Sierra Maestra. Ali conheceu Fidel Castro e Che Guevara. Alguns meses antes da sua saída da ilha, em que esteve preso pela policía de Batista durante uma semana, consegue enviar a sua reportagem sobre a revolução cubana para a revista Paris Match. A publicação da reportagem teve à época um enorme impacto.

Pode ver aqui o seu blog.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Rangel, referência da fotografia moçambicana

As três Marias, Casablanca Bar, 1970
© Ricardo Rangel

Ricardo Rangel (Maputo, 1924) é a referência máxima da fotografia moçambicana. Em 1996, chegou o seu reconhecimento internacional, quando foi incluído na mostra “Fotógrafos africanos de 1940 aos nossos dias” (Museu Guggenheim, Nova Iorque) e numa homenagem prestada pelos Encontros da Fotografia Africana (Bamako, Mali).

O seu percurso começou em 1941, como aprendiz do fotógrafo Otílio Vasconcelos. Lourenço Marques Guardian , Notícias, Notícias da Tarde , A Tribuna , Diário de Moçambique, Voz Africana e Notícias da Beira , foram jornais onde trabalhou. Fundou a revista “Tempo”, o Sindicato Nacional dos Jornalistas – SNJ e a Associação Moçambicana de Fotografia – AMF . Em 1983, foi nomeado para fundar e dirigir o Centro de Formação Fotográfica - CFF, onde continua a trabalhar como director.

Expôs em Moçambique, Mali, Itália, África do Sul, Portugal, Alemanha, Estados Unidos, Zimbabwe, Holanda, Suécia e França.

Sebastião Salgado disse, numa exposição em Paris, ter sido bastante marcado pelas fotos de Ricardo Rangel, quando as viu, em 1974, na sua primeira viagem a Moçambique.

Numa entrevista ao jornal “Público”, em Junho de 1991, Rangel afirmou que começou a tomar consciência da importância das suas fotografias pelo facto de a censura as cortar.

Licínio de Azevedo, cineasta brasileiro radicado em Moçambique, fez em 2006 um documentário de 52 minutos intitulado “Ricardo Rangel – ferro em brasa” em que Rangel nos conduz pela sua vida e obra, onde a cidade de Maputo, a boémia e o jazz tem um lugar especial.

A fotografia publicada neste “post”, faz parte do livro de Ricardo Rangel, “Pão Nosso de Cada Noite“, fotografias preto-e-branco na noite dos anos 60 e 70 do século passado, tiradas na então rua Major Araújo (hoje Bagamoyo), à época coração da boémia e prostituição da cidade ou como disse Alexandre Pomar “fotografias de uma outra guerra que se travava nas noites da Rua Araújo, ao longo dos anos 60 de Lourenço Marques”.

Periferias


Periferias, é a interpretação destas zonas urbanas feita por nove fotógrafos: Gabriele Basilico, Sergio Belinchón, Stéphane Couturier, Gerardo Custance, Francesco Jodice, Monserrat Soto e Xavier Ribas.

"Periferias, é um olhar que mostra como a construção destas zonas urbanas leva à construção de um modo de comportamento", referiu Ferran Barenblit, director do Centro de Arte Dos de Mayo de Móstoles, durante a inauguração da exposição.

No Centro de Arte Dos de Mayo de Móstoles (Madrid), até 27 de Setembro.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Encontro europeu, em Braga

A cidade de Braga vai acolher em Setembro o encontro anual da União Europeia de Festivais de Fotografia (Photo Festival Union).

Esta estrutura criada em Lodz, na Polónia, e integra 28 eventos da Bulgária (2), Republica Checa, Dinamarca, Finlândia, França (3), Grã-Bretanha (2), Alemanha (2), Grécia (2), Hungria, Itália, Lituânia, Holanda (2), Polónia (2), Portugal, Rússia (2), Eslováquia, Espanha (2) e Suécia.

"Na reunião debateremos as possibilidades de cooperação entre as diferentes organizações culturais, tendo em vista a obtenção de sinergias que permitam melhorar a qualidade dos festivais e reduzir custos", referiu Rui Prata, o comissário dos Encontros da Imagem 2009.

terça-feira, 19 de maio de 2009

Ligeiramente desfocado

Praia Omaha, proximidades de Collevile-Sur-Mer, 6 de Junho de 1944
© Robert Capa

Slightly Out of Focus, publicado em 1947 pela Henry Holt and Co., de Nova Iorque, reuniu textos e fotografias de Robert Capa, sobre a Segunda Guerra Mundial.

Agora a "La Fábrica" editou-o em castelhano, com o título Ligeramente desenfocado.

O livro, é sobretudo o diário de um fotógrafo comprometido com a guerra. Enviado pela revista Collier's, Capa participou nas campanhas de França, Itália e Alemanha e é do desembarque na Normandia (6 de Junho de 1944) o relato mais marcante. Capa foi um dos quatro fotógrafos autorizados a acompanhar as primeiras forças aliadas. Das 106 imagens que efectuou só se salvaram oito devido a um erro do assistente do laboratório, ao secar os negativos.

"O correspondente de guerra tem nas suas mãos a sua maior aposta, a sua vida, e pode eleger o cavalo em que a vai apostar, ou pode guardá-la no bolso no último segundo. Eu sou um jogador", escreve Capa.
O seu irmão, Cornell, comenta na introdução de Ligeramente desenfocado: Ao tomar esta decisão seguia o conselho que muitas vezes dava: "Se não são suficientemente boas é porque não estás suficientemente perto".

Passagem de testemunho

© Maurice Jarnoux
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Obtida em Dezembro de 1958, esta fotografia de Maurice Jarnoux mostra-nos a passagem de testemunho entre a locomotiva a vapor e a locomotiva eléctrica, na linha dos caminhos de ferro Paris-Lille. Ainda só passaram 50 anos...

segunda-feira, 18 de maio de 2009

A fotografia poética de Vilariño

O despertar, 2001
© Manuel Vilariño
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O museu MASP de São Paulo, um dos mais importantes da América Latina, acolhe até 2 de Agosto a exposição “Terra em Transe”, do fotógrafo galego Manuel Vilariño.

O artista, nascido na Corunha em 1952, venceu em 2007 o Prémio Nacional de Fotografia de Espanha e é uma das figuras mais importantes da arte galega actual. A sua obra foi protagonista do pavilhão espanhol da Bienal de Veneza de 2006.

O silêncio, a morte e o passar do tempo são três conceitos sempre presentes na obra do artista , que recolhe a sua influência da tradição dos pintores espanhóis do barroco. As velas, as caveiras, os pássaros mortos e os frutos em descomposição são elementos habituais nas suas naturezas mortas de Vilariño.

"O mundo em que desenvolvo a minha fotografia é o dos símbolos, das metáforas, e a linguagem fotográfica e poética unem-se no território do imaginário. É o mundo da ausência, muito mais que da presença", refere Manuel Vilariño.
Terra em Transe” tem possibilidades de ser muito visitada, quer pela qualidade da obra de Vilariño quer pelo local que a acolheu, o MASP.

Esperando Robert Capa

Gerda Taro e Robert Capa, Paris 1935
© Fred Stein

Esperando Robert Capa é o título da novela com que a escritora galega Susana Fortes, ganhou a 14ª edição do Prémio Fernando Lara.

A escritora que sempre começa as suas novelas com uma imagem, desta vez inspirou-se na da jovem Gerda Taro(1910-1937), dormindo numa cama estreita e com o pijama de Robert Capa vestido.

A novela abarca o período de 1935 em Gerda e André Fridman (aliás, Robert Capa), ambos fotógrafos, judeus e refugiados se conhecem em Paris, até 1937 ano em que ela morre na Batalha de Brunete, em Espanha.
Dois anos intensissimos, de amor e de guerra, com uma relação complicada e dificil, que nada tinha a ver com os cânones da época”, disse Susana Fortes.

domingo, 17 de maio de 2009

Faleceu Hugh Van Es

Saigão, 1975
© Hugh van Es

Hugh Van Es nasceu na Holanda no dia 6 de Julho de 1941. Decidiu que seria fotógrafo quando tinha 13 anos, depois de ver num museu local uma exposição de Robert Capa.

O fotojornalista entrou na lenda graças à sua fotografia tirada no dia 29 de Abril de 1975, com uma objectiva de 300 milímetros. Um grupo de pessoas subindo uma escada para entrar num helicóptero norte-americano pousado sobre o telhado de um edifício e fugir de Saigão (actualmente, Ho Chi Minh) eram o espelho do desespero americano. Era a guerra do Vietname prestes a chegar ao fim.

Hugh van Es, o fotógrafo holandês que registou a imagem mais famosa da queda de Saigão, faleceu no dia 15 de Maio, em Hong Kong com 67 anos.

"Será sempre recordado como uma das grandes testemunhas de um dos maiores dramas da segunda metade do século XX", disse Ernst Herb, presidente do clube de correspondentes estrangeiros de Hong Kong, cidade em que vivia o célebre fotógrafo desde à mais de 35 anos.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Faleceu José Mendoza

Saharauis: um exílio esquecido, 2007
© de José Mendoza

José Mendoza nasceu na cidade da Corunha 12 de Fevereiro de 1955. Com dois anos e meio foi raptado, tendo estado desaparecido durante três dias. Tornou-se numa personagem nacional, dado que a rádio e a imprensa deram uma enorme cobertura a este insólito – para a época – desaparecimento. A pressão policial e o alarme social causado fizeram com a raptora o entregasse aos jesuítas, debaixo do segredo da confissão.

A família Mendoza, devido à profissão do pai – um militar de carreira – deixou entretanto a Galiza e com 14 anos José passou a viver em Valência, onde residiu até à sua morte.

Trabalhou como colaborador da Europa Press, do jornal Mediterrâneo e da edição valenciana do jornal El Mundo, entre outras publicações. Nunca deixou de preparar – desde 1973 - exposições com fotografias das suas viagens e das suas experiências com fotomontagens.

Em 2005, expôs no Centro Português de Fotografia (Porto) e em 2006 no Museu de Arte Moderna (São Paulo).

Nos anos 90 especializou-se em fotografia desportiva e tornou-se fotógrafo oficial das maratonas de Valência, Barcelona e San Sebastian.

Parte de sua obra foi adquirida em 2001 pelo IVAM e em 2002 pelo Ayuntamiento de Alcobendas (Madrid).

Faleceu em Valência a 11 de Maio de 2009.

"Moça de almas", de José Manuel Navia

Moça de almas, La Alberca (Salamanca)
© de José Manuel Navia

Esta fotografia de José Manuel Navia, “é de uma mulher de La Alberca que percorre ao anoitecer as suas ruas, todos os dias do ano, rezando às almas do purgatório e fazendo soar uma campaínha. Esta instituição, como outras muitas manifestações um tanto exacerbadas de religiosidade popular, fazem-nos pensar imediatamente na presença de judeus, cripto-judeus e convertidos na zona. Ao fim e ao cabo, estas povoações isoladas e próximas de Portugal foram refúgio em épocas de perseguição e expulsões”.

Navia, nascido no ano de 1957 em Madrid, é licenciado em Filosofia e membro da agência VU desde 1992. É um dos fotógrafos convidados do SevilhaFoto 09, a decorrer na capital da Andaluzia.

Navia, levanta-se muito cedo para captar atmosferas intemporais e irreais, trabalha com câmaras pequenas, com lentes fixas entre 35 e 50 milímetros e nunca usa nem flash nem tripé.

"Interessa-me a fotografia que fala do mundo, não a que fala do seu autor", diz Navia, que já publicou entre outros, livros como Pisadas sonâmbulas, Lusofonías, Marrocos: fragmentos do quotidiano.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Festival "MaioClaro"

Os jovens seleccionados do prémio revelação do Festival de Fotografia MaioClaro, a decorrer no Porto, terão os trabalhos expostos no Centro Português de Fotografia no próximo ano, além de receberem prémios em material fotográfico e em dinheiro.

Podem concorrer a este prémio, os jovens até 30 anos que apresentem, até ao próximo dia 18, portfolios com o máximo de 20 imagens.

O júri composto por Miguel Fematt, do Festival Mayo-Junio Fotográfico de Xalapa no México, Ulrich Haas-Pursiainen do Festival Backlight, na Finlândia, Rui Prata, comissário dos Encontros da Imagem de Braga, e Ângela Mendes Ferreira, directora do Curso de Artes Visuais-Fotografia da Escola Superior Artística do Porto terá em conta o interesse, a originalidade e a coerência dos projectos, bem como a qualidade conceptual e técnica das obras, anunciou a organização.

No dia 29 de Maio, na sessão de encerramento do "MaioClaro", na Escola Superior Artística do Porto, serão tornados públicos os vencedores.
Exposições, o encontro internacional “Territórios da Fotografia”, a publicação de uma revista e vários seminários fazem parte deste Festival, organizado pela ESAP.

"O Maio de 68" por Bruno Barbey

A fábrica ocupada, Paris 1968
© Bruno Barbey

"A Europa tinha na época uma boa situação económica", explica o fotógrafo Bruno Barbey, autor das imagens da exposição “Bruno Barbey 68” que está patente na sede do Parlamento da Andaluzia até ao próximo dia 6 de Junho, como parte da Sevilha Foto 09.

Não foi assim, uma difícil situação económica que levou tanta gente para as manifestações de rua no final dessa década de importantes transformações sociais, políticas e culturais. O Maio de 1968 foi resultado da confluência de muitos outros acontecimentos - a guerra de Vietname, o movimento hippie e a luta de Martin Luther King contra a segregação racista - que se produziram no mundo, e dos quais foi testemunha priveligiada, este fotógrafo ligado desde 1968 à agência Magnum.

A exposição mostra-nos algumas fotografías em côr, algo muito pouco frequente no fotojornalismo da época.

Esta exposição agora em Sevilha já tinha passado por Jerez de la Frontera, Córdoba, Granada e Badajoz .

terça-feira, 12 de maio de 2009

Série "Ninguém escapa ao meu charme"

O amor é um lugar estranho, Porto 2007
© Pereira Lopes

Emoções fortes, Porto 2007
© Pereira Lopes

Ninguém escapa ao seu charme, Porto 2007
© Pereira Lopes

A urgência e o infinito, Porto 2007
© Pereira Lopes

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Pode ver mais imagens de Pereira Lopes aqui.

"Stranded" de Amy Stein

Clarence, Route 71, Ohio (série Stranded)
©Amy Stein

Amy Stein, nasceu em 1970 nos Estados Unidos da América. Passou a sua infância entre Washington e Karachi, no Paquistão.
É licenciada em Ciência Política pela James Madison University. Em 2006, Amy concluiu o mestrado em Fotografia na the School of Visual Arts, em Nova Iorque.
O seu trabalho faz parte de importantes colecções de arte, privadas e públicas, das quais se destacam a do Philadelphia Museum of Art, Museum of Contemporary Photography, Nevada Museum of Art, SMoCA e a West Collection.
Em 2006, Amy Stein venceu o Saatchi Gallery/ Guardian Prize pela série Domesticated. Em 2007 foi considerada uma das 15 melhores fotógrafas emergentes a nível mundial pela revista American Photo. No mesmo ano ganhou o Critical Mass Book Award.Actualmente, Amy Stein ensina fotografia na prestigiada Parsons – The New School for Design and the School of Visual Arts, em Nova Iorque.

Para a série “Stranded”, a fotógrafa percorreu os Estados Unidos durante duas semanas, retratando pessoas que tinham problemas na estrada. "Os protagonistas das minhas fotografias surgem do azar e todos os encontros possuem a tensão derivada às circunstâncias pouco comuns da nossa interacção e do perigo inerente ao mundo da estrada".

Georges Platt Lynes

John Leaphart and Buddy Mc Cartny
© Georges Platt Lynes

O americano Georges Platt Lynes (15 Abr 1907 – 06 Dez1955) após ter sido escritor e editor, dedicou-se a partir de 1927 à fotografia.
Abriu em 1932 o seu primeiro estúdio, em Nova Iorque. No ano seguinte começou a publicar os seus trabalhos na Vogue e na Harper´s Bazaar. Sete anos depois foi viver para Hollywood, tornando-se director do estúdio Vogue. Regressou a Nova Iorque em 1947, centrando o seu trabalho em nús masculinos.
Antes da sua morte, Lynes destruiu parte substancial do seu trabalho por temer vir a ser mal interpretado.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

"Metabiótica" de Alexandre Órion

© Alexandre Órion

Alexandre Órion é designer e artista plástico, formado em artes visuais. Trabalha com graffiti desde 1995. Iniciou o seu envolvimento com a fotografia em 2001.

Ele faz um graffiti numa parede qualquer das ruas de São Paulo e fica à espera até que algo ou alguém entre em perfeito enquadramento com seu o desenho e faz a imagem.

De acordo com Diógenes Moura, “a fotografia e a pintura de Alexandre Órion são mesmo um projeto para a filosofia. Primeiro vem a espera. Depois a pintura. Depois a espera. Só ai que surge o terceiro elemento (homens, mulheres, automóveis, crianças, animais) e então a cena se completa: a pintura torna-se fotografia. “

Obteve reconhecimento após a exposição "Metabiótica" em 2006, que já apresentou no Brasil, Argentina, Canadá, França, Holanda, Estados Unidos e Inglaterra.

Hoje, cada foto dessa série pode custar cerca de 2000 euros.

Pode ver a exposição “Metabiótica” até 30 de Maio na Galeria Poeira (Rua da Imprensa à Estrela 21B – Lisboa).

Fotografia do séc XIX, património do Equador

No Equador, o Ministério Coordenador do Património Natural e Cultural , o Ministério da Cultura e o Instituto Nacional do Património Cultural declararam no dia 14 de Janeiro de 2009, a fotografia do XIX como um bem pertencente ao Património Cultural do Estado.

As primeiras visitas à cratera do vulcão Pichincha em 1862, os aguadeiros de Quito e as embarcações do porto de Guayaquil capturadas nessa mesma década são três das 1600 imagens que fazem parte do Património Fotográfico do Equador.
Muitas das imagens, fundamentalmente de Camillus Farrand (1862) e Rafael Castro Ordoñez (1863-1865) foram recolhidas no estrangeiro, como a livraria do Congresso Norte-americano e na Venezuela, assim como em centros culturais do país como a biblioteca Aurélio Espinosa Pólit.
Foram também visitadas várias famílias e coleccionistas do país, que permitiram aos investigadores registar e digitalizar os seus álbuns.
Deste trabalho resultou uma exposição com 33 imagens de grande formato que foram exibidas no Centro Cultural de Arte Contemporáneo, em Quito, com título “Um legado do século XIX, fotografia patrimonial equatoriana".

sexta-feira, 8 de maio de 2009

FotoPres'09 para Emilio Morenatti

Emilio Morenatti, junto a uma das suas fotografías
© Cata Zambrano

O fotógrafo Emilio Morenatti com o seu trabalho "Violência do género no Paquistão" - uma série de retratos a mulheres paquistanesas que sofreram ataques com ácido – foi o galardoado com o primeiro prémio FotoPres'09, da Obra Social “La Caixa”.
O segundo prémio foi atribuído a Walter Astrada pelo seu trabalho “Violência pós-eleitoral no Quénia” e em terceiro lugar, foi premiado Alfonso Moral com “Líbano, entre mar e fogo”.

FotoPres, é um dos concursos fotográficos mais antigos e melhor dotados económicamente em Espanha e teve este ano a sua 19ª edição.

No Caixa Fórum Barcelona, até Setembro.

O Equador do séc. XIX

© Camillus Farrand

No ano 1860 a fotografia ainda era uma novidade no Equador.

O fotógrafo franco-americano Camillus Farrand chegou com a sua máquina e converteu-se numa das principais testemunhas da vida rural e urbana do século XIX, desse país .

Naquela época a fotografia estava dominada pelos europeus e norte-americanos e vedada aos latino-americanos: a técnica e os custo dos materiais tornavam esta arte inalcansável para a maioria. Estava sómente ao alcance das élites políticas, económicas e eclesiásticas.

"Demoramos oito anos a localizar os trabalhos de Camillus Farrand e foi como encontrar un tesouro. Graças a ele acedemos pela primeira vez a imagens de paisagens urbanas e ruraia do século XIX”, disse Lucía Chiriboga, comissária da exposição.

A exposição Um legado do século XIX. Fotografia patrimonial equatoriana, mostra-nos diversos trabalhos de Farrand, um trabalho de Roberto Ponce e outros de autores desconhecidos.

Até 31 de Maio, na Casa da América de Madrid.

Mãe e Criança

© Oliver Lang /AFP

Peça de arte “Mãe e Criança” em exposição no museu Brandhorst, Alemanha.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Visões da Terra Santa

Uma das fotografias expostas

A porta de Jaffa, o Santo Sepulcro, o Muro das Lamentações, a Gruta do Nascimento são alguns dos lugares de culto e interesse que nos mostram as fotografias que nos permitem “uma viagem pela Palestina tal com faria um viajante da época” e que fazem parte da exposição “Visões da Terra Santa”.

São imagens do início do turismo em Jerusalém, no século XIX, de autores como Félix Bonfils, os irmãos Zangaki e Francesc Botella (1875-1941) um empresário e viajante de Alicante, que percorreu o mundo acompanhado pela sua máquina fotográfica.

Até 14 de Junho de 2009, no Centro de Cultura Contemporânea (OCCC) de Valência.

terça-feira, 5 de maio de 2009

Ontem como hoje...

A Crise de 1929 ou Grande Depressão foi uma crise econômica que atingiu os EUA, estendendo-se em seguida a todo o mundo. Pôs fim aos felizes anos 20, época de bonança económica e culto ao dinheiro nos EUA e nos países da Europa. Terminou apenas com a Segunda Guerra Mundial. Foi caracterizado por altas taxas de desemprego, quedas drásticas do produto interno bruto, quedas enormes na produção industrial, preços de acções, etc.

À crise financeira juntou-se a crise de superprodução: apesar da descida dos preços, grande parte do mercado agrícola e industrial não tem compradores. Milhares de empresas têm de fechar, o desemprego aumenta brutalmente, provocando uma redução do poder de compra e uma redução da procura.

A rápida propagação da crise à Europa deveu-se, sobretudo à retirada de capitais, uma vez que desde a I Guerra, os bancos americanos faziam importantes investimentos na Europa e, além disso concediam importantes empréstimos. Com a eclosão da crise, os americanos procuram fazer regressar os seus capitais provocando uma grande perturbação na Europa. Muitos bancos, sobretudo na Áustria, Alemanha e na Inglaterra, faliram ou conheceram sérias dificuldades, o mesmo aconteceu com as empresas que necessitavam de empréstimos bancários para sobreviverem.

Dorothea Lange recrutada pela Farm Security Administration, documentou a crise de 29. A bordo do seu velho Ford percorreu as zonas onde se concentravam pessoas que tinham perdido o seu trabalho e que procuravam algo melhor.
Nesta imagem (1937-1938), vê-se a fotógrafa em cima do seu automóvel.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Retratos

Moncho Borrajo
© Jorge Ontalba

Jorge Ontalba reuniu na exposição “Retratos”, 24 rostos conhecidos de diversas áreas do mundo artístico, entre os quais António Vega, Fernando Sánchez Dragó e Carlos Saura que se deixaram capturar pela sua objectiva. Foram três anos de trabalho.

"O projecto englobava cerca de 50 pessoas mas algumas foram descartadas porque quería seguir uma linhaa coerente. Gosto muito de cinema, literatura e música e estas fotos são a soma de influências e amizades do mundo artístico que me nteressaram em algum momento", disse Jorge Ontalba.

De 4 a 29 de Maio no Centro Cultura Campamento, em Madrid.