segunda-feira, 27 de abril de 2009

Sem eira, nem beira

Senhor engenheiro dê-me um pouco de atenção..., Porto 2009
© Pereira Lopes

Anda tudo do avesso
Nesta rua que atravesso
Dão milhões a quem os tem
Aos outros um passou - bem
.
Não consigo perceber
Quem é que nos quer tramar
Enganar
Despedir
E ainda se ficam a rir
.
Eu quero acreditar
Que esta merda vai mudar
E espero vir a ter
Uma vida bem melhor
...
Senhor engenheiro
Dê-me um pouco de atenção
Há dez anos que estou preso
Há trinta que sou ladrão
Não tenho eira nem beira
Mas ainda consigo ver
Quem anda na roubalheira
E quem me anda a foder
.
Há dez anos que estou preso
Há trinta que sou ladrão
Mas eu sou um homem honesto
Só errei na profissão
.
Da música “Sem eira nem beira”, dos Xutos & Pontapés

Foto na primeira pessoa

© Gaspar de Jesus

“Aníbal Cavaco Silva exercia o primeiro mandato à frente do Governo e tudo corria bem. Mário Soares era Presidente da Républica e apoiava o Senhor Professor. A Comunidade Europeia injectava dinheiro a rôdos em Portugal. Cavaco Silva estava feliz e descontraído (hoje não se passará o mesmo, mas isso são outras questões).
As grandes vias de acesso começavam a rasgar o país de lés-a-lés. Numa das suas viagens ao Norte, ao passar por Paços de Ferreira foi-lhe ofertado um presente muito especial... Apercebi-me com a antecedência necessária, aguardei "o momento", e a foto aconteceu. De volta ao Jornal escolhi esta imagem para a primeira página.

Mas o chefe de Redacção era o mêdo em pessoa! Mirou, remirou, e perguntou "não tens outra?...” Respondi-lhe: - Meu caro, essa foto é Primeira Página no nosso jornal ou em qualquer outro, não tenho mais nenhuma!” Fui para junto dos gráficos e entreguei directamente as fotografias que melhor se adaptavam às janelas abertas nas páginas interiores, guardei as restantes no meu armário e regressei a casa. Como por certo já adivinharam a foto saiu mesmo na Primeira. Mas o titulo que a precedia nunca mais esquecerei... "IP4 vai ser auto-estrada, disse Cavaco Silva no Norte" Palavras para quê?... Era um chefe à portuguêsa.”

texto: Gaspar de Jesus
Fonte: blog Arte Fotográfica

Olhares sobre o mesmo tema

Esperando a procissão, Avintes 2009
© Gaspar de Jesus

O olhar de Cristo, Avintes 2008
© Pereira Lopes

Conheci pessoalmente Gaspar de Jesus, durante uma exposição na Galeria Olhares, em Vila Nova de Gaia.
Trocámos impressões sobre as fotografias expostas. Ouvi estórias deliciosas sobre a arte fotográfica. Hoje, por mero acaso, encontrei o seu blog e vi um conjunto de fotografias sobre a Procissão do Senhor dos Passos, em Avintes.

Uma delas “Esperando a procissão”, chamou-me particular atenção. Em 2008, da mesma procissão tinha uma imagem “O olhar de Cristo”, em tudo idêntica!!

Pode ver aqui o blog do Gaspar de Jesus.

sábado, 25 de abril de 2009

Abril revisitado

© Alfredo Cunha

Alfredo Cunha nasceu em Celorico da Beira, em 1953. No dia 25 de Abril de 1974 trabalhava no Jornal "O Século" quando estalou a revolução militar que derrubou o regime ditatorial que governou Portugal durante 48 anos.

Munido de uma Nikon F que lhe tinha custado 8900 escudos(cerca de 45 euros)- o equivalente a mais de dois ordenados mensais - Alfredo Cunha, então com 20 anos fotografou exaustivamente a revolução, gastando 40 rolos. Esteve no Terreiro do Paço, na Praça do Município, no Quartel do Carmo, onde captou a saída de Marcelo Caetano, e dentro da sede da PIDE.

"Salgueiro Maia autorizou logo que se fotografasse", lembra. Mas o capitão de Abril deixou um aviso: "Se quer fotografar não se esconda, senão ainda apanha um tiro. O melhor é andar bem visível".

Publicou vários livros e realizou dezenas de exposições . Trabalhou na "Notícias de Portugal", "Lusa", "Público" e "Visão". Hoje é editor de fotografia do "Jornal de Notícias".

sexta-feira, 24 de abril de 2009

A "Menina afegã" 18 anos depois

Menina afegã, Paquistão 1984
© Steve McCurry


Sharbart Gula, Afeganistão 2002
© Steve McCurry

A "Menina afegã" é uma das imagens mais conhecidas da história da fotografia. Em Junho de 1984, o fotógrafo norte-americano Steve McCurry fotografou uma rapariga de 12 anos, de olhos verdes e uma expressão triste, num acampamento de refugiados em Nasi Bagh, no Paquistão, durante a guerra contra a invasão soviética.

A foto, que valeu a McCurry os maiores galardões internacionais, incluíndo a Medalha de Ouro Robert Capa, foi capa da edição de Junho de 1985 da National Geography, mas sem a identificação da protagonista.

Durante 17 anos, Steve McCurry tentou localizar a jovem, até que em Janeiro de 2002 conseguiu encontrá-la. A menina afegã chama-se Sharbart Gula(Pashto: شربت ګله ou “Mulher-gosto-suco-flores”), pertence ao grupo étnico Pashtun e vive numa aldeia no Afeganistão, é casada com Rahmat Gul e tem três filhas: Robina, Zahida e Alia. Uma quarta filha morreu ainda bebé.

Sharbart, com mais de 30 anos, foi novamente capa da National Geographic em Abril de 2002.

A sua identidade foi confirmada através de tecnologia biométrica comparando os padrões da íris. Ela lembrava-se de ter sido fotografada e a fama e o simbolismo que rodearam a sua imagem eram completamente desconhecidas para ela.

Pode ver mais fotografias de Steve McCurry aqui.

Manuel Ferrol

Falecimento recente, Corunha 1957
© Manuel Ferrol

Manuel Ferrol (1923-2003) é o único galego que aparece na prestigiada História da Fotografia, de Beaumont Newhall.

A fotografia mais conhecida de Manuel Ferrol “Falecido recentemente”, é a do pai (Xan Calo) e o filho (Xurxo) chorando numa despedida no porto da Corunha antes de partir no transatlântico Juan de Garay com destino à Argentina, em 25 de Novembro de 1957.

Esta fotografía pertence a uma reportagem sobre a emigração encomendada pela Comissão Católica da Emigração, que Ferrol fixou num só día e numa única saída de barco.
Foi realizada numa época trágica, quando a falta de horizontes empurrava um de cada três galegos para fora da sua terra.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Milagres do Photoshop


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A fotografía original, da agência Bauer-Griffin, que foi obtida no passado mês de Dezembro por um fotógrafo cujo nome não foi revelado, contrasta com a capa do número de Maio da revista “Washingtonian”.

O calção do presidente norte-americano passou de negro a roxo. Não parece a única alteração, já que a tonalidade da pele também foi alterada, tornando-a mais dourada e reluzente e o fundo também sofreu modificação.

A capa da revista tem sido alvo de grande polémica entre os leitores da revista e entre os orgãos de comunicação social.

O varal

O varal, Afurada 2009
© Pereira Lopes

terça-feira, 21 de abril de 2009

Encontros do Olhar 2009

Coisas do mar oceano, Porto 2009
© Pereira Lopes

A história da fotografia no Porto é uma riqueza quase desconhecida e em risco de se perder da memória da cidade.

Este ano com o ciclo: "Contributos para a história da fotografia no Porto: Uma prespectiva", os Encontros do Olhar 2009 pretendem iniciar a colheita de dados para a elaboração dessa história.

O ciclo, decorre no Instituto Português de Fotografia e terá lugar nos dias:
28 de Abril - A origem da fotografia no Porto: Visão crítica dos percursos
12 de Maio - A Importância da Associação Fotográfica do Porto
16 de Maio - O Grupo If - Ideia e Forma
30 de Junho - O Núcleo de Fotografia do Sindicato dos Bancários do Norte
21 de Julho - A formação em fotografia no Porto

Este ciclo de conferências será acompanhado por uma exposição com trabalhos de João Paulo Sotto Mayor, Ricardo Fonseca, Manuel Magalhães e Eduardo Martinho.

Damon Winter vence Prémio Pulitzer

© Damon Winter
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Esta imagem de Barack Obama debaixo de chuva faz parte da série vencedora do Prémio Pulitzer, de fotografia documental.
Damon Winter, fotógrafo do The New York Times, documentou toda a campanha de Obama.

Este é um dos cinco Pulitzer atribuídos a jornalistas desse diário na 93ª edição deste prémio.
Veja aqui a série vencedora.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Olhar ausente

Olhar ausente, Porto 2008
© Pereira Lopes

Essência e memória

A Chiado Editora, vai lançar no próximo dia 22 de Abril o livro “Essência e memória” com imagens de 41 autores contemporâneos.
A cerimónia vai decorrer na Associação 25 de Abril, em Lisboa.

O livro será ainda apresentado,nos dias:
. 08 de Maio de 2009, em Braga, na Livraria Centésima Página
. 16 de Maio de 2009, no Entroncamento, no Centro Cultural
. 30 de Maio de 2009, em Palmela, no Espaço Fortuna
. 04 de Julho de 2009, em Tarragona (Espanha), no café bar La Vaqueria

sexta-feira, 17 de abril de 2009

"Sombras" de Rosa Nunes

© Rosa Nunes

Antónia Coelho Soares , aliás, Rosa Nunes tem duas exposições patentes ao público.

Em Estremoz, está patente desde 14 de Março e até 17 de Maio, na sala de arte do Monte Seis Reis a exposição “Saudades do Mar”.

Em Sines, a exposição “Sombras”, sobre aspectos da exclusão social, como desemprego, dependência e opressão, mas também sobre a esperança e o renascer pode ser vista no Centro Cultural Emmerico Nunes, até ao dia 2 de Maio.
Esta exposição conta com a colaboração do Museu de Arqueologia e Etnografia do Distrito de Setúbal e da Assembleia Distrital de Setúbal.

Cyborg

Cyborg, Porto 2008
© Pereira Lopes

"O passado e o futuro" de Pablo Requejo

O passado e o futuro
© Pablo Requejo

Foi eleita a melhor imagem das dezasseis que se apresentaram ao 11º Prémio de Jornalismo “Provincia de Valladolid”, na categoria de fotografia.

Pablo Requejo alcançou o galardão anual com uma fotografia quase alegórica sobre o passado e o futuro dos caminhos de ferro : o derrubar da velha estação de El Pinar de Antequera e o momento preciso em que o AVE passa pela via.

O júri premiou, por unanimidade entre os seus componentes, a fotografia de Requejo publicada na primeira página do jornal El Mundo de Valladolid do dia 21 de Novembro de 2008 "por reflectir de forma criativa a evolução social".
Estar no lugar exacto e no momento justo não foi fruto de uma feliz casualidade. "As casualidades felizes acontecem, mas poucas vezes. Esperei durante uns 20 minutos que passase o comboio", disse o premiado.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Cartier-Bresson, em Paris

Um visitante observa a exposição dedicada a Cartier-Bresson
© EFE

Cartier-Bresson, nascido a 22 de agosto de 1908 perto de Paris, mostrou cedo a sua paixão pela pintura, com um interesse especial pelo surrealismo, mas foi na Costa do Marfim em 1932 quando descobriu a Leica, uma câmara que se converteu na sua companheira de viagens, que se tornou fotógrafo.

O artista, retratou Matisse, Rouault, Braque, Bonard e Claudel e a sua câmara testemunhou em 1944, a libertação de Paris. Todos os recantos da capital francesa desfilaram pela objectiva deste fotógrafo, considerado o mais parisiense dos grandes retratistas desta cidade, entre quais estão Robert Doisneau, Brasaï ou Willy Rois.

Foi co-fundador da prestigiosa agência Magnum em 1947, e ao longo da sua carreira criou uma reputação que lhe permitiu ser o primeiro fotógrafo a expor no Museu do Louvre, em 1955.

Realizou grandes reportagens na China, Cuba, México, Canadá, Estados Unidos, India e Japão.

Agora, uma dupla exposição recorda o fotógrafo que tantas vezes retratou a cidade-luz.

A Casa Europeia da Fotografía acolhe até 30 de Agosto mais de 320 instantâneos tomados na sua maioria em Paris entre 1932 e 1970.
No âmbito desta mostra , em cada sábado e domingo serão projectadas três películas sobre o fotógrafo: Henri Cartier-Bresson, l'amour tout court (2001), A travers le monde avec Henri Cartier-Bresson (1956) e Magnum, une agence et des hommes (1990).
O Museu de Arte Moderno da Cidade de Paris prepara para 19 de Junho, uma reconstrução da exposição que o artista francês concebeu em 1978.

Chris Jordan ou a consciência ambiental




© Chris Jordan
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Segundo Chris Jordan: ”Explorando ao redor dos USA…achei provas de um movimento apocalíptico em andamento” e “Receio que, neste processo, estamos fazendo um prejuízo irreparável para o nosso planeta e para os nossos espíritos individuais

Coletivamente, o Homem está a comer um grande e insustentável acto de destruir ou acumular destruição, mas cada um é anónimo e ninguém é responsável pelas consequências.

Chris Jordan trabalhou como advogado durante 10 anos e a fotografia era um hobby dos fins de semana, contudo, quando alcançou quarenta anos, assumiu o risco de fazer da fotografia um modo de vida “... mesmo que significasse viver uma vida mais humilde materialmente”.
As imagens deixam-nos desconfortáveis. De longe é arte, de perto é lixo. A sociedade americana é usada aqui apenas para chamar a atenção sobre o que acontece em todo o mundo.

Visualmente Chris Jordan examina o vasto e bizarro consumo da nossa sociedade, em grandes, intricadas e detalhadas impressões fotográficas montadas a partir de dezenas de milhares de imagens menores.

Pode ver aqui outros trabalhos.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

"Aquí, junto à água. Nicarágua" de Rafael Trobat

El abrazo de los huelpegas, Manágua 1996
© Rafael Trobat

Rafael Trobat Bernier nasceu em Córdoba em 1965.

É licenciado em Belas Artes pela Universidade Complutense de Madrid. O seu trabalho já foi exposto em Espanha, Alemanha, Itália, Holanda, França, Inglaterra, Suiça, Austria, Rússia, Estados Unidos, Nicarágua e na maioria dos países da América Latina.

Na actualidade, além de trabalhar como fotógrafo independente, é professor associado de fotografía na Faculdade de Belas Artes da Universidade Complutense de Madrid e na Faculdade de Comunicação da Universidade de Segóvia.

O Centro Andaluz de Fotografía (CAF) exibe agora “Aquí, junto à água. Nicarágua”. São 80 imagens de grande formato em preto e branco em que Trobat nos mostra um retrato social da Nicarágua, fruto de mais de 18 anos de trabalho.

Juntamente com a exposição foi lançado um livro com o mesmo nome editado pela Lunwerg Editores, com 160 imagens do autor e textos de Christian Caujolle, Tania Montenegro e Alejandro Castellote.

No Centro Andaluz da Fotografia (Almería), até 17 de Maio.

Faleceu Rocco Morabito

The kiss of life, Jacksonville 1967
© Rocco Morabito

Rocco Morabito faleceu no passado dia 5 de abril, na Florida, com 88 anos.

Nascido a 2 de Novembro de 1920, em Port Chester (Nova Iorque), ganhou o Prémio Pulitzer de 1968, com a fotografia “The kiss of life” , registada a 17 de Julho de 1967.
Nessa imagem, publicada em primeira mão pelo Jacksonville Journal, vê-se um trabalhador (J. D. Thompson) num poste de electricidade realizando respiração “boca a boca” a um seu companheiro inconsciente (R. G. Champion, falecido em 2002 vitíma de um enfarte do miocárdio) após ter recebido um descarga eléctrica.

«Rocco era un fotógrafo brilhante, instintivo», recorda Charlie Patton, redactor do Times Union, que foi seu companheiro durante os anos 70.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Relíquias


Relíquias, Gaia 2008
© Pereira Lopes

BES Photo 2008 para Edgar Martins

Série The Rehersal of Space
© Edgar Martins

O BES Photo premeia artistas portugueses, ou residentes em Portugal. A 5ª edição deste prémio, correspondente a 2008, teve como vencedor Edgar Martins.

O prémio, no valor de 25 mil euros "resulta da coerência e da consistência do trabalho desenvolvido pelo artista, critérios patentes na forma como seleccionou e apresentou as obras em exposição. O diálogo estabelecido entre as séries de obras escolhidas, bem como a percepção e o aproveitamento do espaço expositivo na instalação das fotografias". O júri constituído pelos curadores Agnès Sire e Paul Wombell e pela artista plástica Helena Almeida, refere ainda "a diversidade das técnicas utilizadas pelo artista, bem como o processo e o propósito do trabalho inédito apresentado".

O fotógrafo de 32 anos, nasceu em Évora mas reside desde 1996 em Londres, onde estudou Fotografia e Belas Artes no London Institute e Royal College of Art. Foi bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian, do Centro Português de Fotografia, da Fundação Ilídio Pinho, Fundação Oriente, Instituto de Estudos Europeus da China, Fundação Macau e o Arts Council entre 2000 e 2007.
O artista, está actualmente envolvido num projecto realizado a convite do The New York Times sobre a recessão económica nos Estados Unidos.

A exposição com trabalhos de Edgar Martins, Luís Palma e André Gomes finalistas do Prémio BESPhoto 2008 estará patente no Museu Colecção Berardo, até ao dia 17 de Maio.

Carlos Pinto Coelho vence Prémio "Controluce"

Rain in the palace
© Carlos Pinto Coelho
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Carlos Pinto Coelho (Lisboa, 1944) venceu a edição de Inverno do prémio fotográfico "Controluce", em Itália. Concorreram 234 fotografias, de fotógrafos de 15 países.

Rain in the palace", a fotografia premiada, a preto e branco, foi tirada em Praga, República Checa, junto ao Palácio local, e mostra, num dia de chuva, um guia turístico sem chapéu-de-chuva e com a face voltada para o chão na frente de um grupo de turistas.

"Se não fosse jornalista, acredito que a imagem não me teria chamado. A imagem é que chama o fotógrafo e não o contrário", diz Carlos Pinto Coelho que declara fotógrafo amador.

O jornalista tem editados quatro livros de fotografia, e destaca o volume "A Meu Ver", cuja primeira edição remonta a 1992.
A segunda edição da obra, corrigida e aumentada e datada de 2006, engloba em simultâneo com as fotografias de Carlos Pinto Coelho textos de entre outros, Natália Correia, José Saramago e José Cardoso Pires.

Pode ver mais fotos de Carlos Pinto Coelho aqui.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Liselotte Grschebina, em Berlim

© Liselotte Grschebina

Liselotte Grschebina ((1908, Karlsruhe -1994, Telaviv) foi uma fotógrafa práticamente desconhecida, enquanto viva.

Após a sua morte, o seu filho entregou as 1.800 fotografías que compõem o seu legado ao Museu de Israel de Jerusalém.

No museu Martin-Gropius-Bau de Berlím decorre agora a primeira exposição europeia dedicada à obra desta fotógrafa judio-alemã.

"É um acto de justiça poética que Grschebina esteja hoje em Berlim", afirmou durante a apresentação da exposição Nissan Perez, comissário de fotografía do Museu de Israel de Jerusalém.
São cerca de 100 imagens que nos mostram a Alemanha da década de 30 do século passado e o dia a dia do processo de criação do estado judaico.

A exposição Uma mulher com câmara: Liselotte Grschebina. Alemanha 1908-Israel 1994 poderá ser visitada até ao dia 28 de Junho.

Novo Molhe da Foz, em exposição

© Pereira Lopes

O Ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, Mário Lino, e a Secretária de Estado dos Transportes, Ana Paula Vitorino, presidiram no dia 20 de Março, à entrega da Obra dos Molhes do Douro efectuada pelo Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos (IPTM) à Administração do Porto Douro e Leixões (APDL).

O Molhe Norte permite, inclusivé, a visita ao seu interior. Nesse Molhe decorre uma exposição fotográfica que retrata as várias fases deste projecto.

O atelier João Ferrand Fotografia composto por vários fotógrafos que se complementam nas diferentes áreas que abordam: fotografia de arquitectura, fotografia aérea, acompanhamento de obras, levantamento fotográfico de grandes áreas de jurisdição e fotografia de vela, foi o autor das imagens.

São 20 imagens de grande formato que podem ser apreciadas na sala de entrada e mais algumas dezenas de médio formato expostas ao longo do túnel.

Aos Sábados e domingos das 10 as 12 horas.

Hermanos Mayo e a Guerra Civil Espanhola

© Hermanos Mayo

Hermanos Mayo. A Guerra Civil Espanhola” é uma iniciativa da Diputación de A Coruña e do Ministério da Cultura espanhol.

São cerca de uma centena de imagens sobre a Guerra Civil espanhola – na sua maioria inéditas-realizadas pelos cinco fotógrafos integrados no colectivo mexicano Hermanos Mayo.

São imagens a preto e branco, dos combatentes da 43ª Divisão, dos presos republicanos na prisão de Carabanchel, das trincheras do Ebro, das frentes de Guadalajara e de Madrid, e outras que refletem aa realidae social de um país em guerra.

A exposição decorre até ao dia do mês de Abril, no Liceu de Betanzos.

Saiba aqui quem são os Hermanos Mayo.

terça-feira, 7 de abril de 2009

"Viagem sublime", de António Canelas

Viagem Sublime” é o titulo de um livro de fotografias de António Canelas, lançado no passado dia 6 de Abril no El Corte Inglés, em Gaia.

Para o professor e fotógrafo, que já colaborou com o "Jornal de Notícias" e "A Bola", é o concretizar de um sonho.

Mário Augusto, jornalista da SIC, escreveu o prefácio do livro e descobriu nele "memórias do meu passado e de recordações". O jornalista e especialista em cinema reflecte sobre a magia da fotografia de António Canelas, que "pode ser para os nossos olhos uma viagem cheia de movimento".

Segundo António Canelas: “O Passadiço de Gaia foi e é uma fonte de inspiração inesgotável, de afectos e de emoções, de sensações espantosamente humanas, um esplendor gratuito nascido da luz, do mar, do vento, da areia e … dos seres humanos que nele se passeiam.Figuras humanas quase ausentes, mas paradoxalmente sempre presentes, na essência mesma do que somos, no que vemos e sentimos.Mas… as imagens perduram, inesquecíveis, parte integrante do nosso museu visual imaginário, levando-nos a novas viagens de descoberta e admiração, numa contínua surpresa para os sentidos.A Viagem é aqui uma visão pessoal, íntima, deliberada e obstinada, na procura da inspiração na natureza, nas formas into-cadas, no sentimento lírico e poético que ela em nós desperta.Por mim passou também a cor – o preto e branco. O encantamento mágico e o encantamento dos seus matizes, são para mim a forma mais colorida de visionarmos o mundo que nos rodeia e de, com simplicidade – a preto e branco – vermos a sua luz.E essa visão estética de cor é bem explícita nessas imagens aqui presentes, que se tornam como que dramáticas ou pungentes, cheias de expressão e sentido, transmitindo-nos sensações múltiplas, simples e complexas, de uma rara, creio-o, beleza pictórica, inseridas num fundo deslumbrante e homogéneo (...)."

A exposição das fotografias, decorre entre os dias 3 e 18 de Abril, no Auditório Cultural do El Corte Inglés, em Gaia.

"Alegorias" na Cooperativa Árvore

Ausentes
© Fernando Carvalho

Alegorias” é o título da exposição de Fernando Carvalho, inaugurada no passado dia 3 e que até 21 de Abril se mantém aberta ao público, na Cooperativa Árvore (Rua Azevedo de Albuquerque,1 -Porto).

Fernando Carvalho, engenheiro técnico de formação académica, nasceu em Amarante, em 1930 . Interessou-se pela fotografia na década de 80, tendo feito um curso básico na APAF – Associação Portuguesa de Arte Fotográfica (Lisboa). É professor de Fotografia na Universidade Sénior de Oeiras. Expõe regulamente desde 1993.

Está representado em colecções particulares portuguesas e estrangeiras.

Ros Ribas, um fotógrafo de cena

© Ros Ribas

A imagem que apresentamos é de uma adaptação de “O Inferno” de Dante, do encenador Tomaz Pandur para o Centro Dramático Nacional em 2004/2005.

"Não sou o autor destas fotografias, são os encenadores que montaram as obras ", disse Josep Ros Ribas referindo-se ás 151 imagens que compõem a retrospectiva do seu trabalho a partir de obras do Centro Dramático Nacional, Teatre Lliure, Companhía Nacional de Teatro Clássico, Teatro de la Abadía, Théâtre de l'Odéon de París e Piccolo Teatro de Milán, entre muitas outras e que está exposto até 31 de Maio no Centro Dramático Nacional (Madrid).

Ros Ribas foi um dos fundadores do Teatre Lliure (Barcelona) faz mais de trinta anos. Sempre soube que queria trabalhar em teatro mas não se via como actor nem como encenador, foi assim que se converteu num fotógrafo que "leva no seu sangue o ritmo da cena", segundo palavras de Gerardo Vera, director do Centro Dramático Nacional.

Este trabalho mostra ao amante da fotografía e ao do teatro, grandes momentos sobre os palcos nos últimos trinta anos, desde Sweeney Todd de Mario Gas até Hamlet de Georges Lavaudant, passando por Cosí fan tutte, El rey Lear ou Lady Macbeth.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

E se da vida não nos sobra tempo...

E se da vida não nos sobra tempo... , Porto 2009
© Pereira Lopes

Invisões. Portugal visto pelos fotógrafos franceses

Porto, Ribeira, Julho 2007
© Georges Dussaud

"Invisões,Portugal Visto pelos Fotógrafos Franceses" é o nome da exposição colectiva de fotógrafos franceses com obras na Colecção Nacional de Fotografia, entre os quais Georges Dussaud e Jean Laurent e é comemorativa dos 200 anos das invasões francesas.

Inclui grandes fotógrafos franceses, pretéritos ou nossos contemporâneos, todos eles incluídos na Colecção Nacional de Fotografia. Georges Dussaud, que lhe pertence, mostra-nos uma série com que tudo, aqui no Norte, parece fechar, a sua visão da cidade que mal conhecemos.” (Maria do Carmo Serén)

Inaugurada no dia 4 de Abril com a presença de Georges Dussaud, decorrerá até 28 de Setembro, no Centro Português de Fotografia (Porto).

MadridFoto.

Série Mevlevies, Siria
© Isabel Muñoz

Com 47 galerias, das quais 15 são estrangeiras, 15 de Madrid e 17 de outras comunidades de Espanha, vai decorrer no pavilhão 6 da Ifema, entre 7 e 10 de Maio a primeira edição da MadridFoto.

Especializada em fotografia contemporânea, esta feira quer imitar a Paris Photo, a principal feira de fotografia do mundo e a Photo Miami, segundo a sua directora artística Giulietta Speranza.

Alberto García-Alix, Nan Goldin, Andrés Serrano, Antoni Muntadas, Axel Hütte, Bleda y Rosa, Caio Reisewitz, Candida Höfer, Chema Madoz, Phillip Lorca-DiCorcia, Martin Parr, Isabel Muñoz e 230 artistas de todo o mundo são os autores das imagens que vão ser mostradas ao público.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Caminho comum

Caminho comum, Gaia 2007
© Pereira Lopes

"Mare" de Álvaro Leiva

© Álvaro Leiva
O fotógrafo Álvaro Leiva expõe até o próximo 7 de Junho em Ses Voltes.
Mare” é uma série de fotografías com o mar Mediterráneo como pano de fundo. A mostra, abarca imagens recolhidas em Espanha, Marrocos, Itália, França, Tunísia, Israel, Albânia, Grécia, Turquía e Síria.

Através da exposição, Leiva recolhe tempos e lugares do Mediterrâneo e surpreende a cada imagem pelo seu dom de encontrar humanidade, gestos e evocações.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Faleceu Helen Levitt

A group of children looking at bubbles, Nova Iorque 1945
© Helen Levitt

Esta é uma das célebres fotografias a preto e branco que Helen Levitt tirou em 1945: quatro raparigas caminham pelo passeio com o olhar fixo em cinco bolas de sabão que sobem no ar.

Levitt, uma fotógrafa chave na história da fotografia do século XX, teve como primeiros mestres duas lendas: o americano Walter Evans, que a iniciou no uso do laboratório, e o francés Henri Cartier-Bresson, que a influenciou na compra de sua primeira câmara, a eterna Leica de 35mm.

Foi essencialmente a "poeta-fotógrafa suprema das ruas e da gente de Nova Iorque", nas palavras de Adam Gopnik, da revista New Yorker, um dos poucos críticos a quem concedeu uma entrevista. Os bairros de Harlem, Yorkville e Lower East Side, eram os seus locais de eleição.

Em finais dos anos 40, deixou a fotografia - a que voltaria mais tarde - tentada pelo documentário depois de conhecer o realizador espanhol Luis Buñuel.

Tem publicados, "A Way of Seeing" (1965), "In the Street: Drawings and Messages 1938-1948"(1987), "Helen Levitt: Mexico City" (1997),"Crosstown", de 2001, e "Here and There", de 2003.

Faleceu em Nova Iorque a 29 de Março, com 95 anos.