sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Linhas que o corpo tece

Linhas que o corpo tece, Porto 2009
© Pereira Lopes

World Press Photo, em Luanda

Homeless, S. Paulo (Brasil) 2008
©Carlos Caraliz
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Angola vai ter oportunidade de ver a exposição fotográfica World Press Photo 2009. A mostra vai estar patente em Luanda, de 6 a 26 de Novembro, no espaço do Instituto Camões-Centro Cultural Português.

As 200 imagens premiadas das 10 categorias temáticas do concurso vão estar expostas graças a uma parceria entre as embaixadas dos Países Baixos e Portugal e a organização da World Press Photo.
Esta é a segunda vez que as imagens deste concurso internacional de fotografia iniciado em 1955 na Holanda, podem ser vistas em Luanda, uma das cerca de 100 capitais mundiais por onde esta exposição passa este ano, com uma estimativa de cerca de dois milhões de visitantes.
A exposição deste ano resulta da apreciação de mais de 96 mil imagens de 5508 fotógrafos com origem em 124 países, tendo o júri, em Fevereiro, na cidade holandesa de Amesterdão, escolhido as 200 premiadas que poderão ser agora vistas em Luanda.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Fotografia “post mortem”

Primeiro terço do século XX, autor desconhecido
Encontrada num arquivo particular de Santiago de Compostela
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Do retrato acima nada se sabe. A imagem foi encontrada por um fotógrafo compostelano (que prefere o anonimato) num arquivo que herdou. Provávelmente trata-se de uma família dos arredores de Santiago de Compostela. Um clã muito humilde que perdeu a matriarca. O viúvo senta-se à cabeceira do caixão. Os demais são filhos, netos, e ao fundo vizinhos. São sobretudo mulheres - quando os homens emigravam - que se alinham respeitosas e vestidas no seu traje de luto.

Estas fotografias faziam-se para dar conhecimento do óbito a familiares que estavam emigrados.
As fotografias por volta de 1900 requeriam uma larga exposição. As famílias pobres só podiam pagar um retrato, que na época custava o salário de uma semana, e a visita do fotógrafo era um acontecimento solene. Todos aparecem com os seus melhores fatos, desde a morta até a benjamim da família, que quando adulta só poderá recordar a avó por esta fotografia. Porque é possível que em vida a senhora não tenha feito nenhuma outra. Naquela época era mais habitual fazer-se uma fotografia post mortem que uma reportagem de casamento.

Agora esta imagem está exposta num bar de Santiago. Se os descendentes que aparecem retratados não entram para tomar o pequeno almoço será impossivel recompôr a história. O propietário do negativo não tem pistas. Explica que, até que apareceu a foto digital o normal nos autores era ceder os arquivos a outros mais jovens quando se retiravam, "porque o material ocupava espaço e porque sempre havia alguma fotografia que interessava".

A maior estudiosa da fotografía post mortem na Galiza também nada sabe desta imagem. Virginia de la Cruz Lichet, historiadora de arte, vive em Madrid. Não tem raízes em Santiago, mas um dia viu uma foto de Virxilio Vieitez, o retratista de Soutelo de Montes descoberto para o mundo em 1998 pela Fotobienal de Vigo. Vieitez, como todos os profissionais do seu tempo, fazia fotografia de mortos.
A jovem vai fazer a sua tese doutural centrando-se neste autor e terminou encontrando outros como Maximino Reboredo, Pedro Brey o Ramón Caamaño.
Pelas suas mãos passaram umas quatrocentas imagens, um século completo, de fotógrafos rurais das quatro províncias, sobretudo de Pontevedra e Ourense. A maioria conserva-se em arquivos particulares de fotógrafos e muito poucas em instituições, porque é um material "delicado" que os proprietários "têm dificuldade em legar".
De la Cruz iniciou o seu rastreio em 2001. A foto mais antiga que encontrou é da década de 70 do século XIX e a mais recente, da década de 70 do século XX. Segundo José Becerra, presidente da Federação Galega de Serviços Fúnebres, a foto de funeral já não se pratica em nenhuma aldeia.

De la Cruz defenderá na Universidade Complutense a primeira tese doutural sobre o retrato fúnebre na Galiza, dentro de um ou dois meses e conseguiu autorização das familias para reproduzir uma quarta parte das imagens que viu.
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Fonte: El País

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

João Cutileiro expõe em Bragança

Homenagem a Courbet 10, 2004
©João Cutileiro

A exposição “João Cutileiro- Escultura, Desenho e Fotografia” está patente no Centro de Arte Contemporânea Graça Morais, em Bragança, até 10 de Janeiro de 2010.

A fotografia é uma das expressão menos divulgadas do autor, mais conhecido pelos seus trabalhos de escultura.

A exposição tem cerca de 30 fotografias "subtraídas temporariamente às paredes de casa" do autor e que "constituem apenas um lanço da extensa galeria de retratos que realizou, de onde sobressaem os retratos de amigos e familiares, de figuras das artes e das letras".
"As fotografias de Cutileiro reflectem uma dimensão profundamente intimista, invadindo muitas vezes a esfera do privado", descreve Jorge da Costa, director do centro e comissário da exposição, função que reparte com José Albert, sublinhando ainda que "aos créditos fotográficos do escultor coligem-se ainda os registos intimistas de nus femininos, das próprias esculturas ou, recentemente, um conjunto de lascivas representações púbicas".

Espelhos Matriciais

©Renato Roque

O fotógrafo Renato Roque vai fazer amanhã (29 de Outubro) a apresentação da sua tese de mestrado multimédia “Espelhos Matriciais”.
O acontecimento terá lugar pelas 11:00 horas, na sala I-105 da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto.

Nesse mesmo dia e local é inaugurada uma exposição de fotografia realizada no âmbito da tese, que poderá ser visitada até ao dia 20 de Novembro.

O projecto Espelhos Matriciais utilizou uma BD de 400+39 retratos: de amigos, de conhecidos e sobretudo de desconhecidos da Universidade do Porto que aceitaram ser fotografados. A tese comprova que processos de factorização estatísticos de rostos permitem reconstruções perfeitas para rostos da BD e reconstruções com um erro suficientemente pequeno para outros retratos, possibilitando, mesmo neste caso, um reconhecimento quase perfeito. Comprovámos ainda que os humanos conseguem reconhecer retratos reconstruídos com muito poucos componentes – cerca de 20 – utilizando uma técnica que desenvolvemos, associando PCA (Principal Component Analysis) e ICA (Independent Component Analysis).”

A imagem acima é a média de 439 retratos, o que significa que se Renato Roque te fotogafou, estás também neste retrato.

Fonte: Uma espécie de blogue

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Avenida dos Liquidâmbares

Avenida dos Liquidâmbares, Porto 2009
©Pereira Lopes

Imagine a New World

© Dan Lavric

O concurso "Imagine a New World” lançado pela Comissão Europeia recebeu mais de 5000 fotografias. Para a votação final o júri selecionou 30 trabalhos.

Os cidadãos europeus podem agora votar na sua fotografia preferida em www.imagine2009.eu

O autor da fotografia mais votada - vencedor do prémio "Favorito do Público" - ganhará equipamento fotográfico no valor de €2000 e uma viagem a Estocolmo, Suécia, para a cerimónia de encerramento do Ano Europeu da Criatividade e Inovação 2009.

O vencedor será ainda convidado, juntamente com os vencedores do concurso seleccionados pelo júri, para a cerimónia oficial de entrega de prémios em Bruxelas, em Novembro de 2009.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

O criador de universos

Pablo Picasso, Cannes 1957
© Irving Penn

No tempo em que a fotografia de moda possuía um encanto muito especial, em que não haviam câmaras digitais, , em que as pessoas não diziam “muito fashion” e em que os segredos do preto-e- branco eram apanágio de um reduzido escol de artistas de corpo inteiro, o norte-americano Irving Penn ombreava com o seu compatriota Richard Avedon na construção de um universo onírico paralelo ao nosso, talvez rotulado de surrealista, povoado sobretudo por mulheres que nele se moviam com o à vontade do desconhecido.

Desaparecido Avedon, Penn manteve-se na vida por mais cinco anos, até a morte o levar no dia 7, aos 92.
Irmão mais velho do realizador de cinema Arthur Penn, Irving estudou com o lendário exilado russo Alexei Brodovitch na escola de arte do Museu de Filadélfia, publicou desenhos na Harper,s Bazaar, de que Brodovitch era director artístico e, ao longo das décadas que se seguiram à II Guerra Mundial, trabalhou para a Vogue, à qual imprimiu a sua marca especial, que consistia sobretudo em “apertar” os modelos contra as paredes convergentes de um canto despojado.
Os seus retratos de figuras conhecidas permanecem igualmente como uma referência, sendo-nos por vezes difícil imaginar Picasso, Stravinsky, Marta Graham, Marcel Duchamp ou Georgia O´Keefe sem que se nos formem na desfocada retina da memória as poses encenadas por este criador de universos.

Talvez habite agora ele próprio num mundo de claros-escuros cheio de cantos de paredes nuas, ao lado dos seus modelos. L.A.M.

Fonte: Visão

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Faleceu Koldo Chamorro

©Koldo Chamorro

O fotógrafo espanhol Koldo Chamorro faleceu em Pamplona, no passado dia 16 de Outubro. Tinha 60 anos.

"Escrever com a luz, usá-la como suporte da tua experiência e conhecimento, é unir uma energia particular que se materializa de modo coerente a outra energia mais abstracta e universal" e “"Só chega a ser fotógrafo aquele que tenta entrar no enigma da luz...”, assim se expressava Koldo Chamorro, para tentar explicar a essência do seu ofício de fotógrafo.

Chamorro nasceu em Vitória ( Espanha) a 20 de Agosto de 1949. Os seus primeiros 16 anos foram passados na República da Guiné Equatorial, e depois rendeu-se à paixão de viajar. Percorreu toda a Europa, grande parte de África, América do Norte e América do Sul .
Começou por exercer Engenharia, diplomou-se em Marketing e licenciou-se em Economia Empresarial.

Para se tornar fotógrafo aprendeu de forma autodidacta, desde 1965. Mais tarde, em 1972-1973, conseguiu uma bolsa da Dotação de Arte Castellblach para realizar estudos fotográficos no estrangeiro.
Nos Estados Unidos teve a sorte de trabalhar com grandes fotógrafos como Ansel Adams, Jean Diezaide, Lucien Clergue, Brassai, Jean Pierre Sudre eErnst Haas.

Foi membro do colectivo de fotógrafos Minority Photographers e em Espanha, foi fundador do grupo Alabern de Barcelona.

A sua obra faz parte de importantes colecções públicas - entre as quais se destacam a do Center of Creative Photography (Tucson, Arizona) e a colecção Polaroid (Boston) - e em colecções privadas na Europa, Estados Unidos e Japão.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Encontrada a única foto da primeira expedição ao Pólo Sul


A 14 de Dezembro de 1911 uma expedição liderada pelo explorador norueguês Roald Amundsen chegou pela primeira vez na história ao Pólo Sul.
A façanha foi imortalizada numa fotografía em que quatro membros da equipa contemplam a bandeira norueguesa, içada no alto da tenda de campanha.
Agora, quase 98 anos depois, o historiador Harald Ostgaard Lund, descobriu a fotografia nos arquivos da Biblioteca Nacional da Austrália.

"Sabíamos que se tratava de uma fotografia da expedição de Amundsen ao Pólo Sul, o que ignorávamos era que fosse a única no mundo", explicou Linda Groom, directora da Biblioteca .

Lund descobriu a fotografia após analisar durante meses mais de 700.000 imagens da galeria digital da instituição e no princípio do ano viajou para a Austrália em busca dos originais das cópias das imagens cedidas pela família de Amundsen ao Museu Nacional da Noruega.

Após abandonar a Antártida em 1912, a primeira escala da viagem de regresso de Amundsen foi no porto de Hobart, capital da ilha da Tasmânia, onde entregou os negativos das fotos a J. W. Beattie, um conhecido fotógrafo da cidade. Segundo explicou Groom, o mais provável é que Beattie tivesse encarregado o seu ajudante Edward Searle de fazer a revelação, que algum tempo depois reuniu num álbum os trabalhos mais importantes da sua carreira intitulado Vistas de Tasmânia. Em 1965, a Biblioteca Nacional da Austrália comprou o álbum à família de Searle.

Fonte: El País

terça-feira, 6 de outubro de 2009

"Portugal Aos Meus Olhos" de Mel Sewell

©Mel Sewell

O fotógrafo inglês Mel Sewell lançou no final de Setembro, no Centro Português de Fotografia (Porto), o seu livro "Portugal Aos Meus Olhos", uma edição de luxo com fotografias a preto e branco de Portugal.

O texto é bilingue e inclui uma introdução a Portugal e a razão da estadia do fotógrafo no nosso país. As imagens foram obtidas durante um período de 12 anos.

Trata-se de um livro tamanho "coffee table" (mesa de café), ou seja, grande formato, de 160 páginas com 74 fotografias a preto e branco e de edição limitada a 500 exemplares, obedecendo a um conceito de abordagem ao mercado editorial inovador.

"A inovação consiste em que não há neste momento uma edição real para mostrar, o livro existe em suporte informático, mas só pode ser visto e encomendado na internet”.

A alma

A alma, Porto 2009
©Pereira Lopes