quarta-feira, 29 de julho de 2009

Arquivo Pacheco: trabalho de um português em Vigo

Um negativo do acervo
© Arquivo Pacheco
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Jaime de Sousa Guedes Pacheco (1878-1954), nasceu em Freixo-de- Espada- à –Cinta e instalou-se na Galiza, primeiro em Ourense com o seu irmão José e depois em Vigo, cidade onde em 1907 formou sociedade com a fotógrafa Cândida Otero, viúva do fotógrafo italiano Filippe Prósperi.

O estúdio de Filippe, era anunciado em 1876 na imprensa de Vigo com abundância de detalhes “ Os acreditados fotógrafos Prósperi e Señora têm a satisfação de anunciar aos seus numerosos clientes, que desejosos a que nada falte para a perfeição da sua arte, segundo os avanços modernos, prepararam os seu estúdio a fim de poderem fazer retratos de luz e sombra e também os de ampliação até ao tamanho natural”.

Em 1915, Jaime Pacheco decidiu que o estúdio se passava a denominar Fotografia Pacheco.
Com a colaboração dos seus sobrinhos Horácio e César, dos seus filhos Jaime e Alberto e da sua neta Susi, foi construído um admirável testemunho fotográfico sobre Vigo e a Galiza.

O estúdio da Fotografia Pacheco, situado na calle del Príncipe, fechou definitivamente as portas em 1991.
O acervo da Fotografia Pacheco, composto por cerca de 200.000 imagens, das quais 50.000 já estão digitalizadas, mostram a vida diária da cidade, retratos, actividades desportivas, actos sociais e visitas de personalidades destacadas, foi adquirido no mesmo ano pelo Concello de Vigo.

Desde 21 de Julho que é possível aceder aos fundos do Arquivo Pacheco, guardados na Casa das Artes, em Vigo. É o primeiro passo de um projecto que culminará com a abertura de um Museu da Fotografia, que acolherá colecções de outros destacados fotógrafos vigueses.

terça-feira, 28 de julho de 2009

Blues

Aos 25 anos, Carlos Villoch abandonou o seu trabalho como informático em Inglaterra, e foi trabalhar para o Caribe como instrutor de mergulho.
Desde aí, já lá vão 15 anos, realizou mais de 6000 horas de mergulho nos seis continentes, realizando trabalhos para as revistas mais prestigiadas do sector.

Em Blues Carlos Villoch reúne 70 fotografias das mais espectaculares que produziu.

As imagens mostram-nos criaturas marinhas no seu espaço natural captadas por uma câmara bem focada que nos consegue transmitir imagens de rara beleza.
Também são incluídas fotografias de espécies em vias de extinção, recifes em mau estado contaminados e destruídos pelo homem e restos de barcos afundados.Cada imagem, segundo Villoch tem uma história, não são simplesmente fotografias bonitas, pelo que muitas delas têm como finalidade "dar a conhecer realidades e reeducar a sociedade e conciencializá-la da necessidade de salvaguardar o mundo submarino".

Aos 40 anos, o fotógrafo mostra-se comprometido com a defesa do meio ambiente quando refere :“Vendo cada dia a destruição que se leva a cabo nos mares do planeta, parecia-me irresponsável não incluir em Blues uma mensagem de alerta e imagem que nos mostrem os problemas que enfrentam os oceanos”.

A exposição, pode ser visitada até 1 de Novembro, no Museu Marítimo de Bilbau (Espanha).

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Galiza Ambiental

Isla San Martiño, Cies 2007
© Pereira Lopes

O site www.elcorreogallego.es através da sua secção Galiza Ambiental organiza um concurso de fotografia para difusão das excelentes paisagens, espaços e espécies naturais da Galiza, ou denunciem situações meio-ambientais que deveriam ser corrigidas.
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As fotografias – até ao máximo de 3 por concorrente - podem ser enviadas para concurso@elcorreogallego.es até ao dia 3 de Setembro e os ficheiros devem ter um mínimo de 450x300 píxeles.
Os participantes deverão identificar-se com o seu nome, telefone e e-mail e identificar o lugar e dia da realização das fotos enviadas.

Semanalmente serão seleccionadas as melhores, que serão publicadas ao sábado nas páginas do “El Correo Gallego”.

O júri, tomará a decisão final no dia 8 de Setembro.
A 12 de Setembro serão publicadas as fotografias vencedoras nas páginas do “El Correo Gallego” e em http://www.elcorreogallego.es/
O jornal reserva-se o direito de publicar as fotografias na edição impressa. Para tal efeito, estas devem ter uma resolução de 600x450 píxeles.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

1909. Fotografia, cidade e conflito

Abertura da Via Laietana, Barcelona 1910
© Frederic Ballell

No próximo domingo cumprem-se 100 anos do início da Semana Trágica de Barcelona.

78 mortos, 500 feridos ,112 edifícios incendiados - 80 dos quais religiosos –, 2000 pessoas processadas, 175 pessoas desterradas, 59 pessoas condenadas a prisão perpétua e 5 condenações à morte foram a consequência de uma revolta popular entre 26 de Julho e 2 de Agosto de 1909.

Para comemorar a data, o Arquivo Fotográfico de Barcelona montou a exposição “1909. Fotografia, cidade e conflito”.
Trata-se de uma visão da cidade mais que da revolução. Poucas imagens de igrejas a arder e muitas imagens das grandes obras que tinham lugar na cidade: a abertura da Via Laietana, a monumentalização do Bairro Gótico, o hospital de Sant Pau, uma ponte ferroviária sobre o Llobregat, o Palácio da Música e o grande casino da Arrabassada.

Uma selecção de fotografias premiadas no Concurso Artístico da Barcelona Velha, organizado pela Câmara Municipal em 1907, para documentar a cidade que estava a desaparecer por efeito das obras, faz parte desta mostra que conta com mais de 200 fotografias de autores como Frederic Ballell, Adolf Mas ou Enric Castellà.

Pode ser vista no Arquivo Fotográfico de Barcelona (Praça Pons i Clerch, 2 – 2º), até 16 de Janeiro de 2010.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Agusti Centelles: um fotógrafo maior

© Agusti Centelles

Agusti Centelles (1909-1985) é um dos maiores fotógrafos espanhóis. É um dos primeiros, no início da década de 30 do século passado, a utilizar a célebre Leica nas suas reportagens para os jornais de Barcelona, em particular o “La Vanguardia”.

O seu trabalho da Guerra Civil de Espanha é comparado ao de Robert Capa.

Nos primeiros dias pós o golpe de estado de 18 de Julho de 1936 contra a República Espanhola, ele realiza as suas mais belas fotografias dos combates entre os habitantes de Barcelona e os militares .

A fotografia que aqui mostramos é do dia 19 de julho de 1936, quando saía de Barcelona a coluna baptizada com os apelidos do anarquista García Oliver. Um miliciano beija uma mulher, os rostos de ambos permanecem ocultos à câmara.
"Agusti Centelles, jornal de uma guerra e de um exílio, 1936-1939" é uma exposição patente no Hôtel de Sully ( 62, rue Saint-Antoine) em Paris, até ao dia 13 de Setembro.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Expresso do Oriente

Série Expresso do Oriente
© Josean Pablos

A Estação Intermodal de Abando, em Bilbau, albergará até hoje (20 de Julho) a exposição de fotografias correspondente ao concurso fotográfico “Caminhos de Ferro”, organizado pela Fundação dos Caminhos de Ferro Espanhóis. É uma selecção de 68 trabalhos que mereceram especial reconhecimento do júri.

Expresso do Oriente” é o título da série fotográfica galardoada com o Primeiro Prémio, dotado com 6.000 euros. Josean Pablos, o seu autor, nasceu em Madrid em 1974 e vive actualmente em Vitoria. É jornalista, publicista e fotógrafo.

Na edição de 2009 deste concurso participaram 1.251 fotógrafos de 32 países, com 2.422 obras (2.153 fotos individuais e 269 séries).

Após Bilbau, a exposição passará pelas estações de Adif de Santander, Logroño, Saragoça, Barcelona, Valência, Cartagena, Cidade Real e Madrid.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Nereo Lopez: a Colômbia em Madrid

Viagem a Girardot, Colômbia 1958
© Nereo López

Nereo López (Cartagena, 1920) é um dos mais importantes fotógrafos da Colômbia e recebeu do governo do seu país a Ordem de Boyacá (2000),como reconhecimento da sua trajectória.

Conhecido simplesmente como Nereo e amigo pessoal de Gabriel García Márquez – que retratou desde jovem até à sua recepção em Estocolmo para receber o Prémio Nobel, em 1982 - apresentou "'Colômbia por Nereo. Pequenas histórias do fotógrafo colombiano, Nereo López", uma exposição que integra 30 fotografias a preto e branco, "Estas fotografias, vão dos anos 50 aos anos 70, estão feitas com a vitalidade da juventude; depois passei à docência (em Bogotá) e agora fiz-me um aficcionado. Eu vivo para isto, não me canso de observar. Faço até fotografias sem câmaras ".

Vive em Nova Iorque. O livro Nereo: images from half a century publicado o ano passado nos Estados Unidos, reflete as suas deambulaçõesx pela grande metrópole americana.

Até 30 de Julho, na Sala Expómetro da Estação de Metro do Retiro, em Madrid.

Pode ver aqui outros trabalhos do artista.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Graciela Iturbide expõe em Madrid

© Graciela Iturbide

Graciela Iturbide (Cidade do México, 1942) que foi premiada em 2008, com o prestigiado prémio Hasselblad, considerado como o Nobel da Fotografia, é uma das referências da fotografia latino-americana.

Um olhar , entre o documental e o poético, fez com que entidades como o Metropolitan Museum of Arts (Nova York) ou o J. Paul Getty Museum (Los Angeles) incluissem fotografias da artista nas suas colecções.

Josef Koudelka, Henri Cartier-Bresson e Sebastião Salgado, são referências para Iturbide que começou a sua carreira profissional nos anos 60, no Centro de Estudios Cinematográficos do México, onde Manuel Álvarez Bravo a ensinou a fazer da câmara o seu autêntico meio expressivo.

Iturbide, tem retratado a realidade mexicana, tendo também produzido séries relacionadas com os Estados Unidos, Madagascar, Itália e Índia.

Uma retrospectiva do seu trabalho, com 180 fotografias, pode ser vista na Sala Azca da Fundação MAPFRE (General Perón, 40 - Madrid), até 6 de Setembro.

terça-feira, 14 de julho de 2009

O homem que matou Gerda Taro

Aníbal Gonzalez, à esquerda, com um camarada russo
Cortesia de Fernando Cambronero

Resolvido um mistério da Guerra Civil espanhola: o homem que matou a fotógrafa Gerda Taro, pioneira do fotojornalismo e companheira de Robert Capa, e acabou com uma das mais prometedoras carreiras da fotografia moderna, chamava-se Aníbal González e tinha na altura 19 anos.

A identidade do condutor do tanque que atropelou a fotógrafa e as circunstâncias exactas do acidente eram desconhecidas até agora. Foram reveladas recentemente ao diário espanhol El País pelo sobrinho de Fernando Plaza, Fernando Cambronero Tornero, que conservou a memória oral do seu tio, falecido faz cinco anos e as fotografias que este salvou da guerra escondendo-as nas botas quando foi feito prisioneiro ao terminar o conflito.

Na tarde de 25 de Julho de 1937, na brutal confusão da retirada republicana em Brunete, debaixo do fogo da aviação de Franco, Gerda Taro – que trabalhava para o Ce Soir, caíu do automóvel em que seguia dependurada e foi atropelada acidentalmente por um tanque T-26 russo do exército republicano. Gerda Taro apesar de esmagada foi levada ao hospital inglês de El Goloso onde faleceu na madrugada do dia seguinte, seis dias antes de cumprir 27 anos.

Aníbal González, o condutor do tanque, natural de Albacete, não se apercebeu do sucedido e continuou o seu caminho. Foi o seu amigo Fernando Plaza, que conduzia outro dos tanques T-26 que viu perfeitamente a horrivel cena. Algum tempo depois, já fora da zona de combate, quando os tanques se preparavam para formar uma segunda linha defensiva, Plaza disse a González: "Esmagaste a francesa!".

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Núcleo Museológico da Fotografia do Douro Superior

O Núcleo Museológico da Fotografia do Douro Superior, abriu as suas portas ontem, em Torre de Moncorvo, mostrando ao público uma parte do seu acervo de mais de 100 mil fotografias, que retratam a região desde o século XIX.

É um projecto de Arnaldo Duarte da Silva, professor e apaixonado pela fotografia, que decidiu criar o Núcleo para que as populações daquela zona possam aceder ao vasto espólio ligado à fotografia que reuniu ao longo de várias décadas.

Do acervo fazem parte fotografias tiradas nos concelhos de Torre de Moncorvo, Freixo de Espada-à-Cinta, Mogadouro e Vila Nova de Foz Côa, e diverso material, nomeadamente, máquinas fotográficas e outro equipamento, desde 1886 até à actualidade, bem como uma colecção de filmes das décadas de 40 e 50 do século XX, que o mentor do núcleo reuniu ao longo da vida, sobretudo, junto de antigos fotógrafos.

As entradas são gratuitas, mas, numa primeira fase, só vai estar aberto aos fins-de-semana.

Pode ver aqui o site do Núcleo.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Salmo 75, versículo 5: não levanteis os cornos

© Nuno Ferreira Santos / Público

“... Pinho viveu lá fora, é íntimo do mundo financeiro e colecciona fotografia. Assinalar esta paixão não é mero retoque cultural na biografia do ex-ministro. Pelo contrário, a noção do valor da imagem como agente impulsionador da acção política foi um activo essencial da gestão de Pinho, quer na sua relação com Sócrates quer na projecção da sua própria função ministerial.”
“... Para Manuel Pinho, a política deveria ser tratada como um fotograma de Man Ray, o genial artista que ele tanto admira e com quem certamente partilha uma certa consideração pela irrelevância do real. Ray criava novas realidades a partir da desconstrução ou da descontextualização dos objectos; Pinho adorava coreografar o poder, do qual fazia parte, retirando-o do contexto de dificuldades e de injustiças em que vivem milhões de portugueses.”

Fonte: Áurea Sampaio / Visão

"... O ex-ministro já tinha previsto o fim da crise mesmo antes dela se agravar, já tinha apelado ao investimento estrangeiro argumentando que os portugueses ganham pouco, já tinha garantido a salvação de empregos que acabaram por se perder, já tinha até violado a lei (quando fumou a bordo de um avião, na companhia do primeiro-ministro). Nunca teve o lugar em perigo. Mas quem faz corninhos ao Bernardino Soares tem de sair. Será importante não esquecer que Manuel Pinho era Ministro da Economia e da Inovação. E deve assinalar-se o sentido do dever que manteve até ao último minuto em funções: caiu, mas caiu a inovar. Nunca antes um Ministro da Economia havia sido demitido por falta de educação. A um Ministro da Economia não se exige muito - nem sequer que saiba de economia. Entre as regras da civilidade e as da economia, o ministro deve dominar as primeiras. As outras, logo se vê."

Fonte: Ricardo Araújo Pereira / Visão

Albert Monier

Contemplação, 1951
© Albert Monier

Albert Monier, fotógrafo francês nasceu a 3 de Maio de 1915, em Savignat de Chanterelle e faleceu a 21 de Dezembro de 1998 em Paris.

Lançou o grande formato 40X50 e o poster. Mais de 80 milhões das suas fotografias e 100000 posters foram vendidos no mundo inteiro.

Uma exposição que reúne 60 fotografias do artista poderá ser vista em Paris, entre 2 e 13 de Setembro na Orangerie du Sénat (19bis, rue de Vaugirard).

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Bienal do Eixo Atlântico

Velas enfunadas, Gaia 2008
© Pereira Lopes

O Eixo Atlântico, uma associação transfronteiriça que reúne presentemente 34 municípios, 17 da Galiza e 17 do Norte de Portugal, vai criar uma Bienal de Fotografia.

A notícia foi avançada pelo vereador da Cultura da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia, Mário Dorminsky e a decisão foi tomada pela Comissão de Cultura do Eixo Atlântico (formado pelos vereadores desta área de todos os 28 municípios portugueses e galegos da associação) presidida pela Câmara de Gaia, que é este ano a anfitriã da Capital da Cultura do Eixo Atlântico.
O autarca referiu que este foco na área da fotografia será materializado também no lançamento de um livro de fotografias sobre a evolução das cidades constituintes desta associação desde o início do século XX. "Em articulação com a Bienal de Fotografia, irá também nascer o futuro Museu da Fotografia do Eixo Atlântico, outra decisão tomada pelo Conselho da Cultura", revelou Mário Dorminsky.