terça-feira, 14 de julho de 2009

O homem que matou Gerda Taro

Aníbal Gonzalez, à esquerda, com um camarada russo
Cortesia de Fernando Cambronero

Resolvido um mistério da Guerra Civil espanhola: o homem que matou a fotógrafa Gerda Taro, pioneira do fotojornalismo e companheira de Robert Capa, e acabou com uma das mais prometedoras carreiras da fotografia moderna, chamava-se Aníbal González e tinha na altura 19 anos.

A identidade do condutor do tanque que atropelou a fotógrafa e as circunstâncias exactas do acidente eram desconhecidas até agora. Foram reveladas recentemente ao diário espanhol El País pelo sobrinho de Fernando Plaza, Fernando Cambronero Tornero, que conservou a memória oral do seu tio, falecido faz cinco anos e as fotografias que este salvou da guerra escondendo-as nas botas quando foi feito prisioneiro ao terminar o conflito.

Na tarde de 25 de Julho de 1937, na brutal confusão da retirada republicana em Brunete, debaixo do fogo da aviação de Franco, Gerda Taro – que trabalhava para o Ce Soir, caíu do automóvel em que seguia dependurada e foi atropelada acidentalmente por um tanque T-26 russo do exército republicano. Gerda Taro apesar de esmagada foi levada ao hospital inglês de El Goloso onde faleceu na madrugada do dia seguinte, seis dias antes de cumprir 27 anos.

Aníbal González, o condutor do tanque, natural de Albacete, não se apercebeu do sucedido e continuou o seu caminho. Foi o seu amigo Fernando Plaza, que conduzia outro dos tanques T-26 que viu perfeitamente a horrivel cena. Algum tempo depois, já fora da zona de combate, quando os tanques se preparavam para formar uma segunda linha defensiva, Plaza disse a González: "Esmagaste a francesa!".

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