quinta-feira, 21 de maio de 2009

Rangel, referência da fotografia moçambicana

As três Marias, Casablanca Bar, 1970
© Ricardo Rangel

Ricardo Rangel (Maputo, 1924) é a referência máxima da fotografia moçambicana. Em 1996, chegou o seu reconhecimento internacional, quando foi incluído na mostra “Fotógrafos africanos de 1940 aos nossos dias” (Museu Guggenheim, Nova Iorque) e numa homenagem prestada pelos Encontros da Fotografia Africana (Bamako, Mali).

O seu percurso começou em 1941, como aprendiz do fotógrafo Otílio Vasconcelos. Lourenço Marques Guardian , Notícias, Notícias da Tarde , A Tribuna , Diário de Moçambique, Voz Africana e Notícias da Beira , foram jornais onde trabalhou. Fundou a revista “Tempo”, o Sindicato Nacional dos Jornalistas – SNJ e a Associação Moçambicana de Fotografia – AMF . Em 1983, foi nomeado para fundar e dirigir o Centro de Formação Fotográfica - CFF, onde continua a trabalhar como director.

Expôs em Moçambique, Mali, Itália, África do Sul, Portugal, Alemanha, Estados Unidos, Zimbabwe, Holanda, Suécia e França.

Sebastião Salgado disse, numa exposição em Paris, ter sido bastante marcado pelas fotos de Ricardo Rangel, quando as viu, em 1974, na sua primeira viagem a Moçambique.

Numa entrevista ao jornal “Público”, em Junho de 1991, Rangel afirmou que começou a tomar consciência da importância das suas fotografias pelo facto de a censura as cortar.

Licínio de Azevedo, cineasta brasileiro radicado em Moçambique, fez em 2006 um documentário de 52 minutos intitulado “Ricardo Rangel – ferro em brasa” em que Rangel nos conduz pela sua vida e obra, onde a cidade de Maputo, a boémia e o jazz tem um lugar especial.

A fotografia publicada neste “post”, faz parte do livro de Ricardo Rangel, “Pão Nosso de Cada Noite“, fotografias preto-e-branco na noite dos anos 60 e 70 do século passado, tiradas na então rua Major Araújo (hoje Bagamoyo), à época coração da boémia e prostituição da cidade ou como disse Alexandre Pomar “fotografias de uma outra guerra que se travava nas noites da Rua Araújo, ao longo dos anos 60 de Lourenço Marques”.

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