segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

azul Siquier

©Carlos Pérez Siquier

Pela primeira vez na sua larga carreira, Carlos Pérez Siquier (Almería, 1930) mostra a sua obra numa exposição individual no Centro Andaluz da Fotografia (CAF). O Prémio Nacional de Fotografia em 2003 elegeu o Parque Natural do Cabo da Gata-Níjar e com o título Ao fim e ao cabo reúne 50 imagens de 50 anos de trabalho e admiração por uma paisagem que, mais que física "é mental", diz este artista pioneiro da vanguarda fotográfica em Espanha.

A luz, a cal, os brancos da arquitectura e o azul Siquier, denominado assim pelo comissário da mostra, António Lafarque, são os ingredientes da exposição "mais poética" de Pérez Siquier, que poderá visitar-se até 22 de Março no antigo liceu de Almería.

Junto ás fotos, 76 poetas mostram os seus versos inspirados no Cabo da Gata: escritores consagrados e falecidos como Valente ou Villaespesa; referencias locais como Miguel Naveros, Pilar Quirosa ou José Luis López Bretones; y outros que se renderam à natureza do parque como Luis Antonio de Villena, Joan Margarit ou Benjamín Prado. Fotografias e poemas do Cabo da Gata redescobrem ao visitante "um caminho de imagens e palavras sobre uma extraordinária paisagem", afirmou a conselheira da Cultura, Rosa Torres.

Ao fim e ao cabo recolhe o trabalho figurativo, abstracto e o realismo mágico de Pérez Siquier, sempre com as suas cores puras e mediterrânicas que o identificam. "Tratei de resumir em símbolos as provocações visuais e fazê-las intemporais. Que perdurem. Fujo de qualquier tópico e não me deixo levar pela excepcionalidade da paisagem. Se o fizesse, me convertia num documentalista e seriam fotos convencionais. O trabalho do artista é criar", reconhece Pérez Siquier.

As 50 fotografias são apresentadas em grande formato e mostram todos os recantos do parque natural: arquitectura em ruínas, primeros planos que são texturas pictóricas, formações geológicas, a luz e um céu e um mar tão azuis como só Pérez Siquier sabe fotografar. "É um azul muito característico. Eu procurei-o e alguns poetas escreveram sobre esse azul”.

1 comentário:

Guillermo Aldaya disse...

Bela imagem!!
Muito boa a sua página. Meus parabéns.