quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Terre de Personne, de Pierre Gonnord

Eloísa, Tás-os-Montes/Portugal
© Pierre Gonnord

Eloísa” é uma das 38 fotografias de Terre de Personne (nome ambíguo, um jogo de palavras, que significa Terra de Ninguém), exposição do francês Pierre Gonnord, que pode ser vista na sala Alcalá 31 (Madrid) até 28 de Fevereiro de 2010.

Para Pierre Gonnord (1963), a viver em Madrid há 22 anos, viajar pelo norte de Espanha e Portugal para retratar os rostos dos que semeiam a terra, os rostos curtidos pelo vento, foi uma mudança na sua carreira. Levava 12 anos fotografando yakuzas japoneses, ciganos do bairro sevilhano das 3.000 vivendas, ou habitantes da periferia de Madrid e Paris.

Desta vez é outra periferia, agora é rural: "Meti todo o meu equipamento no carro e conduzi até esse meio tão próximo e tão desconhecido ao mesmo tempo..”.
Aproximar-se deles não foi fácil ."Há gente mais acolhedora e outra mais fechada, não podemos chegar de fora e focar com a câmara. Eu entendo o meu trabalho como uma vivência, tenho que viver nos locais, criar confiança.”

Os retratos dominam as imagens de Gonnord, parecendo retiradas de uma pintura barroca como a anciã agricultora portuguesa Eloísa, algo fantasmagorica, iluminada pela ténue luz do lugar.

"Eloísa é uma agricultora de uma pequena aldeia do Norte de Portugal (Trás-os-Montes). Vive só. Pertence a essa geração de trabalhadores que possuem parcelas de terra muito pequenas e não emigrou para França ou outros países como a maioria dos seus compatriotas na época de Salazar, empurrados por razões económicas ou políticas. Aldeias povoadas hoje em dia por gente muito idosa que vive dos escassos recursos num regime de subsistência, agricultura e pequena criação de gado. As habitações e ferramentas de trabalho são tradicionais”

1 comentário:

Pedro Ferreira disse...

E tantas Eloísas há por estes Portugais a fora...
Votos de boas festas e que 2010 traga tudo de bom :)