© Ebenezer Sunder Singh
Eu mesmo e o outro. Retratos na fotografia indiana, pode ser vista no Centre de la Imatge-La Virreina, de Barcelona, até 27 de Setembro. É uma exposição de género: retratos.
A eleição de Umrao Singh Sher-Gil (1870-1954), como porta de entrada da exposição é deveras acertada. Personagem de lenda, erudito, extravagante e cosmopolita e pioneiro da fotografia indiana, essencialmente de retrato, foi um descobrimento recente, porque na sua época não era considerado fotógrafo profissional. Sher-Gil fez retratos e auto-retratos durante 60 anos e, foi pai de Amrita Sher-Gil, um dos fundadores da arte moderna na Índia, cujas fotografias também figuram na exposição.
Quando o fotógrafo dirige a câmara para si mesmo, segundo Deepak Ananth, "o resultado é uma imagem do sujeito como alguém distinto de si mesmo". Basta ver os auto-retratos de Ebenezer Sunder Singh para o comprovar.
De entre as muitas Índias possiveis, algumas são especialmente surpreendentes. Anup Mathew Thomas retrata os bispos das distintas confeissões cristãs Kerala à porta das suas igrejas; Ketaki Sheth apresenta uma série sobre irmãos gémeos; Vidura Jang Bahadur fotografa a vida quotidiana da minoria chinesa com uma técnica panorâmica que converte cada imagem numa narração; revelador o trabalho de Dileep Prakash sobre a colonização -não só britânica- que criou uma casta que é conhecida como a dos anglo-indios, fruto do encontro entre o colonizador e o nativo, filhos de mãe indiana e pai inglês ou europeu. Estes mestiços que decidiram permanecer na Índia após a independência conservam um estilo de vida, costumes e também umas feições que os diferenciam da maioria e são vítimas de estereotipos perjorativos que dificultam a sua integração.
A 23 de Outubro a exposição transitará para o Artium Centro Museo Vasco de Arte Contemporáneo, de Vitória.
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