sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

O México de Leo Matiz

Don Quijote
© Leo Matiz
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O México recebeu uma homenagem através do olhar do fotógrafo colombiano Leo Matiz (Arataca, 1917-Bogotá, 1998), cujo trabalho sobre aquele país foi recolhido no livro “El México de Leo Matiz” apresentado ontem e co-editado pela Secretaria da Cultura da Cidade do México e pelas Edições El Equilibrista.

No livro estão retratados os esquecidos, os indígenas, as crianças, os velhos e as paisagens, que a sua câmara captou durante os dez anos que permaneceu no país, após percorrer a pé toda a América Central, vivendo dos seus trabalhos de caricatura.

O trabalho fotográfico está acompanhado no livro, pelo texto do historiador mexicano Luis Martín Lozano, que realizou uma investigação sobre a presença do artista colombiano no México.

"O meu pai adorou o México não só pela sua luz, suas cores e seus aromas, mas também porque foi a pátria que lhe estendeu as mãos e o brindou com amigos incomparáveis", declarou Alejandra Matiz.
Os pintores José Clemente Orozco, David Alfaro Siqueiros, Diego Rivera e Frida Kahlo, a actriz María Félix, o realizador espanhol Luis Buñuel, o compositor Agustín Lara, os actores Mario Moreno “Cantinflas” e Pedro Armendáriz, foram alguns dos que privaram com o fotógrafo.

A Fundação Leo Matiz doou recentemente ao Museu Arquivo da Fotografia da Cidade do México 15.000 positivos, 500.000 negativos e 300 câmaras fotográficas, além de cartas e recortes de imprensa que pertenceram ao fotógrafo.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Páre, escute e olhe

© Leonel de Castro

Editado pela Civilização Editora “Páre, Escute, Olhe” com fotografias de Leonel de Castro e textos de Jorge Laiginhas está nas livrarias.

É um documentário fotográfico motivado pela supressão da chamada Linha do Tua, que irá ficar submersa após a construção de uma barragem.

Os registos fotográficos captam não só a enorme beleza e dignidade da paisagem, como a própria vida da linha ferroviária: as pessoas que a utilizam, a presença dos carris e do comboio na terra e na vida das gentes da região”.

Este livro está associado ao documentário de Jorge Pelicano, com o mesmo nome, que tem ganho diversos prémios nacionais (num só dia ganhou 6 prémios).

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

"Miedos" de Rafael Navarro

© Rafael Navarro

Rafael Navarro (Saragoça, 1940), um dos mais conhecidos fotógrafos espanhóis, inicia a carreira nos anos 70 do século passado desenvolvendo desde então uma das trajectórias mais coerentes e sólidas da fotografia espanhola construindo uma obra que se reparte em volta de três temas básicos: o nu, o movimento e a abstracção

Fundou em 1977 juntamente com Manuel Esclusa, Joan Fontcuberta e Pere Formiguera o “Grupo Alabern”, em 1978 foi designado representante em Espanha do Conselho Latino-Americano de Fotografia e em 1985 membro do Conselho Assessor da Fundação Miró de Barcelona.
A sua obra tem sido exposta em galerias, instituições e museus de todo o mundo e faz parte de fundos relevantes.
Desde 1973, realizou cerca de 200 exposições individuais e cerca 350 exposições colectivas.

Dos livros publicados sobre a sua obra destacam-se: Dípticos (1986), Le forme del corpo (1997), Catalogue raisonné (2000), Don`t disturb (2001), Photobolsillo 44 (2002), En el taller de Miró (2005).

Nas suas imagens nota-se um fascínio pelo corpo humano, muitas vezes fotografado nú ou semi-nú”.

A exposição “Miedos” pode ser visitada na Galeria Serpente (Rua Miguel Bombarda, 558 - Porto), de terça-feira a sábado, até ao dia 27 de Fevereiro.

O prazer de fotografar

De regresso
© Eduardo Teixeira Pinto

Eduardo Teixeira Pinto (Amarante, 1933-2009), herdou do seu pai o prazer de fotografar.
As suas primeiras fotografias profissionais datam de 1950, tornando-se expositor desde 1953 em vários salões de fotografia nos cinco continentes.

Foi membro de diversas comunidades de fotógrafos, nomeadamente “A Fotografia do Porto”, “Grupo Câmara” (Coimbra) e “A Fotografia do Sul” (Évora).

O seu olhar poético sobre a realidade fizeram dele um dos melhores e mais galardoados fotógrafos portugueses do século XX. A sua obra aborda diversos temas, com destaque para a natureza e a figura humana.

Fotografias como “Rodopio”, “Igreja de S. Gonçalo”, “De Regresso”, “Tema de Pintores”, “Matinal” e “Quietude”, entre outras, obteve inúmeros prémios em Portugal e no estrangeiro, entre os quais o Grande Prémio Camões (1960).

A exposição “O prazer de fotografar”, uma mostra representativa da sua obra, pode ser vista na Biblioteca Municipal Almeida Garrett (Palácio de Cristal – Porto), até 27 de Fevereiro.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Prémio Carreira para Eve Arnold

A navajo matriarch, Window Rock, Arizona, 1981
© Eve Arnold / Magnum Photos

A americana Eve Arnold (Filadélfia,1912), foi a primeira fotógrafa que ingressou na agência Magnum.

Nascida numa família de imigrantes russos instalada em Filadélfia, Eve Arnold começa a sua carreira fotográfica dirigindo um laboratório de fotografia. Em 1948, estuda fotografia com Alexey Brodovitch, na New School for Social Research, em Nova Iorque.

Fez inúmeras reportagens na Ásia e em África que lhe valem reputação internacional. Personalidades do mundo das artes, da política e do cinema como Mikhail Baryshnikov e Marilyn Monroe, são também fotografadas por Eve.

No dia 22 de Abril, um dia depois de completar 98 anos, receberá no Palácio dos Festivais de Cannes o Pémio de Carreira no âmbito dos Sony World Photography Awards.

A organização, programou ainda uma retrospectiva da obra da fotógrafa, comissariada por Zelda Cheatle, que estará aberta ao público de 22 a 27 de Abril naquela cidade francesa.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Galeria Pedro Oliveira expõe Rita Magalhães

série Enora, 2009
© Rita Magalhães

É inaugurada no sábado, dia 6 de Fevereiro, a exposição Enora da fotógrafa Rita Magalhães.
A série Enora (2009), fotografada nos portos de Leixões (Portugal) e Vigo (Espanha) retira o seu nome da designação técnica de um dos elementos da equipagem das embarcações (base ou abertura que suporta o mastro) e que a artista escolheu por se tratar de um termo de forte conotação feminina. Nesta série, Rita Magalhães aproxima-se da qualidade dos esboços do pintor inglês Turner, sobretudo no que diz respeito às suas aguarelas.
Para Carla de Utra Mendes “o interesse desta artista volta-se, antes, para a captação de momentos que resultam de uma contemplação apaixonada de lugares e momentos, usufruindo da capacidade que a fotografia tem de acompanhar e poder registar mais fácilmente os cenários que a memória só fugazmente consegue. A câmara funciona assim como o lápis de um caderno de esboços, mais condizente com as velocidades da vida actual. Neste aspecto, a maneira com que aborda as situações relaciona-se muito mais com um acto de pintura, indo assim de encontro ao início da sua formação enquanto artista plástica. Nos seus trabalhos a técnica fotográfica cumpre um papel de renovação do registo pictórico, permitindo dar-lhe uma nova vida ou, se quisermos, uma nova aura, um novo véu (...).
A exposição pode ser visitada de 9 de Fevereiro até 3 de Abril, de terça a sábado, das 15 ás 20 horas na Galeria Pedro Oliveira (Calçada de Monchique, 3 - Porto).

A República exposta no CPF

Reunião do Governo Provisório. 1910

Organizada pela Comissão Nacional para as Comemorações do Centenário da República e comissariada por Tereza Siza e Manuel Loff a exposição “RESISTÊNCIA. Da alternativa Republicana à luta contra a Ditadura (1891-1974)”, está desde o dia 31 de Janeiro patente ao público no Centro Português de Fotografia (Porto).

Nesta exposição, procuramos retratar rostos, gestos, momentos da vida desses portugueses cuja resistência e luta é, de forma decisiva, responsável pela nossa liberdade. Os ideais em nome dos quais estes homens e estas mulheres lutaram foram muito diversos e, muitas vezes, contraditórios. Mas é importante fazer perdurar a memória de quem lutou pela instauração de uma República emancipadora, de quem lutou pela sua preservação contra as ameaças de regresso ao passado, de quem resistiu contra a imposição da longa ditadura salazarista que se lhe seguiu, e de quem, por último, conseguiu reunir em 25 de Abril de 1974 as condições para a derrubar de uma forma tão irresistivelmente não violenta”.

Núcleos
I Sant’Ana - A Caminho da República 1891-1910
II Pátio - O 5 de Outubro
III Senhor de Matosinhos - Implantar e defender a I República 1910-18
IV Santo António - Restauração e Fim da I República 1918-26
V Santa Teresa - A Ditadura e o Reviralho 1927-31
VI Átrio das Colunas - Uma Ditadura para durar 1932-34
VII Sala das Colunas - Resistir 1934-58
VIII Átrio do Tribunal - O Furacão Delgado 1958-62
IX Sala do Tribunal - Da Guerra Colonial ao 25 de Abril de 1974

Pode ser visitada até 5 de Outubro.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Arquivo Magnum adquirido pela MSD Capital

© Marc Riboud

Só agora foi conhecida, mas a venda foi concretizada em 2009.

A MSD Capital, detida por Michael S. Dell, fabricante dos computadores Dell, adquiriu pelo valor de 71,3 milhões de euros , todo o arquivo da Agência Magnum, correspondente a 185 mil imagens.
Não foram adquiridos os negativos, mas sómente as impressões originais e a agência fotográfica continua detentora dos direitos sobre as imagens e responsável pela sua gestão comercial.

Desde a sua fundação que a Magnum mantinha , na sua sede de Manhattan, as impressões originais, mas em 1998, quando iniciou a digitalização do seu arquivo, a hipótese de as vender começou a ganhar forma.

O arquivo – um dos mais importantes do século XX - foi entretanto cedido para estudo e exposição ao Harry Ransom Center, na Universidade do Texas, em Austin (Estados Unidos).